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No Início Eram as Mareatas Parte I

Enquanto San Francisco, Chicago e Nova Iorque, já nos meados dos anos 1980 a Gay Parade pipocava nos estados americanos, aqui o GGB recebia as notícias, graças a um correspondente que enviava pelos Correios caixas com jornais e revista Nova Iorque, era revigorante. Luiz Mott, dono de uma mente brilhante, precisava pautar a imprensa e sociedade para a causa, ele descobriu nas suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal, que Diogo Botelho (1618) Governador Geral da Bahia, foi denunciado por um escravo ao Tribunal do Santo Ofício pela prática da sodomia com marinheiros estrangeiros no Palácio Rio Branco. Foi ele quem mandou construir o Forte de São Marcelo, que tinha a função de proteger a cidade contra os invasores.

Com objetivo saudar a memória do governador criar o fato político Mott inventou “ As Mareatas” em Salvador no ano 1984, os gays faziam a concentração no Mercado Modelo, seguiam até ao embarcando em canoas levando flores para jogar no entorno, enquanto faziam a volta e desembarcar no forte monumental com sua enorme porta feita de madeira monocromada, despachavam as mais flores e em seguida embarcavam felizes e cantando rumo ao cais do Mercado Modelo.

Era todo um ritual bem estudado e planejado – até licença ao Iphan – para se dar a volta ao vetusto monumento era preciso. Era uma época de muito preconceito e discriminação em Salvador o principal jornal da cidade jornalista José Augusto para a sua coluna de cinema “ matar veados não é crime, é cassada” e “ mantenha Salvador limpa, mate uma bicha por dia”, ainda hostilizava os LGBTs que trabalhavam na redação. Fazia tudo isso impunemente sob o olhar complacente do jornalista e diretor de Redação Joaquim Alves Cruz Rios, que vem de linhagem do traficante, possuía o mesmo nome do diretor, uma possível homenagem. Ele traficou 514 (1850/51) escravos da Costa da África, duas viagens: a primeira com 168 almas e a segunda com 346 vidas, duração da viagem, duração 35 e 24 dias respectivamente. (Luiz Henrique Dias Tavares). A família tem as mãos sujas com o sangue negro.

Em Salvador, a classe média da época que recebeu as influências que “homossexualismo” era doença e vergonha para a família levam os filhos para serem torturados por médicos forense. Professor da Faculdade de Medicina, Estácio Lima formou gerações de médicos nessa perspectiva. Muitos gays foram exilados por seus familiares para o Rio de Janeiro e Paris.

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