Keity, morta a golpes de faça por três homens dentro de casa no Lobato.
Salvador, Bahia, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015 – ás 00h47min – por Marcelo Cerqueira.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) recebeu a denúncia que foi encontrado por volta das 21h de hoje 24, terça-feira o corpo de Itamar Sena Passos, 23 anos, transexual de prenome “Keity”, profissional do sexo, no interior da casa onde morava na Rua Voluntários da Pátria s/n no bairro do subúrbio ferroviário de Salvador. De acordo com duas testemunhas que preferem não se identificar Keity foi vitima de dezessete perfurações espalhadas por todo o corpo, não resistindo veio a óbito no local.
Segundo essas testemunhas ela teria feito no dia de ontem, segunda-feira uma feijoada para comemorar o seu aniversário, reunindo amigos na sua casa. Ontem a noite a vitima ainda curtia o seu aniversário em companhia de suas amigas trans quando foram surpreendidas por Iago com o qual mantinha algum tipo de relação e mais dois homens, sendo que um seria parente do Iago. “ Eles chegaram agitados e mandaram nos duas saírem da casa, saímos assustadas e fomos para fora” conta uma das testemunhas e segue “ Ela ficou lá dentro e começaram a bater e dar facadas até matar”, disse.
Era por volta das 23h de ontem quando o corpo foi recolhido pelo Instituto Medico Legal Nina Rodrigues para ser periciado. O corpo foi da vitima encontrado reclinado sob uma cama e havia perfurações possivelmente provocadas por faça nas imediações do obro direito cerca de dez golpes. Segundo populares o crime teria sido cometido por um homem de prenome Iago, o qual mantinha algum tipo de relacionamento com á vitima. O caso encontra-se com a 29ª Delegacia de Policia Civil. O GGB na madrugada de terça-feira entrou em contato com a Delegacia pedindo apuração e celeridade na busca dos possíveis assassinos considerando que eles são conhecidos no Lobato e na Santa Luzia.
Somente este mês essa é a segunda trans morta em Salvador. Em nota lançada a imprensa ontem, 24, o professor Luiz Mott, fundador do GGB alertou que “As trans ainda são as principais vítimas dos crimes de ódio em nosso país e estado: entre 1980-2015 foram assassinadas na Bahia 112 travestis e transexuais, uma média de 3 por ano.
Mott denunciou que no último dia 20 foi encontrado o corpo de uma trans na região dos Dois Leões, Salvador, com vários tiros na cabeça: sem identidade, sem parentes que reclamem o cadáver, sem prisão do assassino. “Muitas trans são mortas nesse ambiente de pista, por falta de oportunidade de um trabalho socialmente aceito”, disse Mott denunciando ainda que a homofobia e transfobia empurram essa população para viver na clandestinidade, expostos a violências e doenças, por falta de trabalho e oportunidades de serem o que são.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) desenvolveu um projeto chamado SIM LGBT voltado para intermediar mão de obra e capacitar essas pessoas para que elas possam participar de forma igualitária no mercado de trabalho. O serviço que busca apoio cria um site de Recursos Humanos e oferece capacitação profissional para essas pessoas.
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