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CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO MAIOR FOTÓGRAFO MUNDIAL DE FOTOS DE HOMENS NUS: ALAIR GOMES, 20-12-1921\2-8-1992.

05/ 12/ 2021 Do GGB:


Exposição de 40 fotos na sede do Grupo Gay da Bahia
Rua Frei Vicente, 24 – Pelourinho, Abertura dia 7\12, 16hs
Horário: de 7 janeiro a 7 de fevereiro 2022, das 9-12hs\ 14-18hs.
Entrada franca com direito a 4 camisinhas…
Contacto: (71) 987464830 – 33283782

O prof.Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, denuncia falta de respeito motivada pela homofobia no apagamento da memória do maior fotógrafo gay mundial de nus masculinos.

Alair Gomes, carioca de Valença, era um gay com muitas especialidades: arquiteto, filósofo, biólogo e sobretudo fotógrafo. “Em m nus masculinos, não há nada hoje comparável no mundo da fotografia ao trabalho desse brasileiro”, declarou o diretor da Fundação Cartier para a Arte Contemporânea,(Hervé Chandès.
Graduou-se em Engenharia Civil e Eletrônica na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, (UFRJ). Em 1948 passa a estudar física, matemática, filosofia e biologia, tornando-se professor do Instituto de Biofísica do Rio de Janeiro (1958). Nos finais dos anos 1960 dedica-se intensamente à fotografia, coordenando a área de fotografia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Primeira mostra fotográfica em 1984 na Galeria Candido Mendes (RJ). Mostras coletivas em Nova York, Paris, Rio de Janeiro e Toronto. Em 2001, a Fundação Cartier de Arte Contemporânea, em Paris, realiza uma mostra retrospectiva de sua obra com o acervo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.
Nos últimos 26 anos de sua vida produziu por volta de 170 mil negativos e 16 mil ampliações, centrando-se no corpo masculino, fotos clandestinas com acentuado voyeurismo, pois mostram rapazes anônimos na praia de Ipanema, fotografados à distância com uma teleobjetiva da janela de seu apartamento de fundos da rua Prudente de Morais. “De teor confessional e narrativo, o sentido de sua poética é construído, sobretudo, no processo de edição e de organização desse material. A intenção de promover uma fusão integral entre arte e vida, tão cara às vanguardas artísticas dos anos 1960 e 1970, é plenamente concretizada. A sequência revela um jogo de sedução e de entrega entre fotógrafo e modelo. Não há concessões, tampouco inibições. Ele mostra tórax, abdômen, pênis, detalhes de dobras, pelos, e enquadramentos de troncos e quadris que mimetizam a imagem do falo ereto. Agindo como se estivesse embriagado, sua intenção não é retratar indivíduos particularmente, mas mostrar a repetição de um ideal de beleza, além do prazer de ver e de ser visto. Certa vez ele disse: eu nunca recusei a possibilidade de a minha fotografia poder ser chamada de pornográfica.”
A maior parte de seu espólio de fotografias e escritos está na nossa Biblioteca Nacional. Fez exposições no Paço Imperial, (RJ), Caixa Cultural (SP), Maison Européenne de La Photographie, (Paris), Biblioteca Nacional (RJ, 2016).
Em 2003 foi biografado no documentário “A morte de Narciso”, dirigido por Luiz Carlos Lacerda. Em 2017 é apresentado no Rio de Janeiro o espetáculo teatral “Alair” com roteiro baseado em seus “Diários Eróticos” e lançado o curta-metragem Inocentes, “um percurso voyeurístico na obra do fotógrafo”. A revista gay Advocate, de S.Francisco, publicou diversos de seus trabalhos.
“Depois de fotografar os rapazes com uma teleobjetiva, Alair descia até a praia e mostrava as imagens aos retratados. Era assim que ele, um sujeito feio e estranho, na descrição de amigos, conseguia seduzir e convencer os rapazes a subir até sua casa e posarem nus para ele. Disse certa vez: Há em mim uma necessidade imperiosa de fazer um registro de meus grandes envolvimentos amorosos. Eu fotografei tantos garotos com os quais eu tive vontade de ir para a cama que, comparado com o número dos que na verdade chegaram a minha cama, a proporção e ínfima.” A homossexualidade foi essencial em sua vida: “A minha tendência homossexual é extremamente antiga. Eu me lembro de um caso, que era obviamente dessa natureza, quando eu ainda estava na escola primária.”
Foi violentamente morto em seu apartamento por um seu ex-modelo, segurança de uma loja de discos próxima a seu edifício. A polícia considerou ter sido crime homofóbico. O assassino nunca foi preso.

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO MAIOR FOTÓGRAFO MUNDIAL DE FOTOS DE HOMENS NUS: ALAIR GOMES, 20-12-1921\2-8-1992
Exposição de 40 fotos na sede do Grupo Gay da Bahia
Rua Frei Vicente, 24 – Pelourinho, Abertura dia 7\12, 16hs
Horário: de 7 janeiro a 7 de fevereiro 2022, das 9-12hs\ 14-18hs.
Entrada franca com direito a 4 camisinhas…
Contacto: Curador da Exposição Prof. Luiz Mott (71) 987464830 – 33283782

E cadê as comemorações pelo centenário de Alair Gomes?
Redação21/10/2021 – E cadê as comemorações pelo centenário de Alair Gomes? | Lu Lacerda | iG

Fãs de Alair Gomes estão inquietos. Em dezembro, o fotógrafo completaria 100 anos, e, por enquanto, não está sendo programado nada, nada, nada para celebrar o centenário desse grande artista brasileiro. Nem a Biblioteca Nacional, para quem a família doou centenas de negativos (são 16 mil fotografias e 150 mil negativos, além das 30 mil páginas de manuscritos originais), nem o MAM (com trabalhos das coleções de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva), pretendem fazer qualquer tipo de comemoração? Alô, Fabio Szwarcwald!
A coluna entrou em contato com a comunicação do MAM, e ficou sabendo que Pablo Lafuente, um dos diretores artísticos, pretende fazer algo sim, mas ainda nada definido, porém, é quase certa uma ação digital.
Sabe-se que os tempos estão complicados para a cultura, mas, além do aniversário do artista, em 2021 completa 20 anos da famosa exposição na Maison Cartier, em Paris, que o elevou ao patamar dos grandes fotógrafos internacionais. E mais: também em 2021, completam 30 anos de sua morte. Portanto, temos todos os motivos para falar de Alair. É ou não é?
Quem assistiu aqui à peça “Alair” em 2017, com Edwin Luisi, texto de Gustavo Pinheiro, no Teatro Laura Alvim, em Ipanema? Engenheiro de formação, filósofo, escritor, estudioso e crítico de arte, Alair Gomes foi reconhecido como precursor da fotografia homoerótica no Brasil, mostrando sempre a beleza do corpo masculino.
Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, é um dos militantes revoltados com a falta de lembrança e, ele mesmo, vai fazer uma live no dia 20 de dezembro dedicada à biografia do artista e uma exposição na sede do grupo, no Pelourinho, Salvador. “O descaso e a desconsideração desse fantástico artista refletem o preconceito homofóbico, não só pelo artista, assumidamente gay, assim como por sua obra e à comunidade LGBT+. Nós existimos e contribuímos brilhantemente para esta sociedade e nossa produção artística não pode ser menosprezada”, diz Mott.

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