Salvador, 29 de novembro de 2021.
Gay da Bahia vem a público repudiar as declarações de Luciani Paganelli , um dos sócios do maior bloco de travestidos do Carnaval da Bahia, o qual fez postagem de cunho gayfóbico em suas redes sociais, no último dia 27, conforme divulgado no site Bnews.
O empresário fez uso de expressão discriminatória como “dar o rabo” para fazer referência a campanha publicitária de Natal dos Correios da Noruega que mostra o Papai Noel dando, o que seria, um celinho em outro homem.
O empresário que ganha dinheiro usando estereótipos da cultura gay e feminina ficou indignado com a peça publicitária, que é somente uma paródia, nada mais, porem na sua cabeça de macho gayfobico fez uma tempestade num copo d’água.
O que ele não sabe, ao que parece, é que quem tem o lugar de fala é o povo escandinavo já que Papei Noel é uma personagem daquelas regiões que formam o Polo Norte.
A licença poética é deles, enquanto os outros povos fizeram apropriação cultural de seus símbolos tradicionais por interesses econômicos difusos.
No mínimo o senhor Luciano deveria respeitar os países donos da marca Papai Noel, pois eles podem usarem como quiserem esse símbolo. Inclusive o bom velhinho trocando beijocas com quem quiser, ou agarrando os seios de uma dançarina.
A parte esse vexame, o empresário ratifica sua homofobia, ao antecipar que na próxima Páscoa o Coelho da Páscoa, vai ser ” biba-boneca-menina”. Chega a ser doentia tanta destilação de ódio contra gays.
O chocante e espantoso é que Paganelli faz parte de um bloco de travestidos. No mínimo deveria ser expulso da composição da diretoria dsesa entidade, porque está em distonia com a filosofia do bloco já que sua gayfobia é muito maior que isso. Seria uma saída honrosa nesse momento de crise de identidade.
Isso nos leva a fazer uma reflexão: as Muquiranas seriam um bloco de Carnaval que teria como ideologia tão somente “esculhambar” o ser feminino, sob a falsa ilusão de homenagem? Porque em tese são homens com trajes e acessórios femininos, embora reproduzam no desfile gestos considerados ofensivos e obscenos, deste modo desqualificando, mesmo no Carnaval, a figura feminina.
Que situações de homofobia explícita, como esta de autoria de Paganelli sirva de alerta à população LGBT, para saber quem é parceiro de verdade e que finge que é, mas é de mentira, apropriando-se de símbolos da nossa cultura gay, mas nos ofendem e não manifestam nenhum compromisso na defesa de nossa cidadania e da democracia.
Grupo Gay da Bahia (GGB).