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1 de Outubro da Pessoa Idosa

1º de outubro: Dia Internacional da Pessoa Idosa – Celebrando a Sabedoria, a Resistência e a Diversidade de Nossos Pioneiros LGBT+

Foto/ Tânia Rêgo/Agência Brasil/ Agência Brasil “Yone Lindgren” Rio de Janeiro, 69 anos, ativista Editorial Marcelo Cerqueira 1º de outubro: Dia Internacional da Pessoa Idosa – Celebrando a Sabedoria, a Resistência e a Diversidade de Nossos Pioneiros LGBT+ Hoje, 1º de outubro, o mundo se une para celebrar o Dia Internacional da Pessoa Idosa, uma data de profunda importância que nos convida a honrar a trajetória, a sabedoria e a contribuição inestimável de todas as pessoas que alcançam essa bela e rica fase da vida. É um momento de reflexão sobre os desafios e as alegrias do envelhecimento, e de reafirmar nosso compromisso com a promoção da dignidade, do respeito e dos direitos de cada indivíduo sênior. Neste dia tão significativo, dedicamos um olhar especialmente atento e carregado de gratidão às pessoas idosas que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+. Elas são portadoras de histórias singulares, marcadas por uma resiliência que desafia o tempo e o preconceito. Muitas delas viveram e amaram em épocas onde a sua identidade ou orientação sexual era criminalizada, patologizada ou simplesmente invisível, enfrentando discriminação, marginalização e, por vezes, violência sistemática. Nossos idosos LGBTQIAPN+ são verdadeiros pioneiros e arquitetos sociais. Com bravura, eles desbravaram territórios desconhecidos, lutaram – muitas vezes em silêncio, outras vezes em protestos ruidosos – por reconhecimento e por um lugar no mundo. Foram eles que, em um cenário de exclusão familiar ou social, reinventaram o conceito de “família”, construindo lares e redes de apoio com base no afeto, na solidariedade e na escolha. A sabedoria que emana de suas vivências é um tesouro inestimável, um legado de aprendizado sobre autenticidade, perseverança, amor e a capacidade humana de florescer mesmo nas adversidades mais difíceis. No entanto, não podemos ignorar que o envelhecimento para a pessoa LGBTQIAPN+ pode vir acompanhado de desafios específicos e complexos. O medo da solidão e do abandono, a preocupação com a aceitação e o tratamento digno em ambientes de cuidados de longa duração, a falta de reconhecimento em políticas públicas, e a persistência de estigmas sociais são realidades que demandam nossa atenção e ação. É nossa responsabilidade coletiva garantir que o direito a um envelhecimento digno, com saúde, bem-estar, autonomia e liberdade de ser, seja uma realidade para todos, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero ou características sexuais. Que este Dia Internacional da Pessoa Idosa seja mais do que uma celebração; que seja um forte chamado à ação. Que possamos ouvir as vozes dessas gerações, aprender com a profundidade de suas histórias, e lutar incansavelmente por ambientes mais acolhedores, inclusivos e respeitosos. Que possamos assegurar que todas as pessoas idosas, em especial as da comunidade LGBTQIAPN+, possam viver seus anos dourados com a plenitude, o amor, o reconhecimento e a dignidade que merecem. Abrace a sabedoria que o tempo traz e celebre a beleza da diversidade em todas as suas fases da vida! A história deles é parte fundamental da nossa história. A luta deles pavimentou o caminho para o nosso presente. O futuro digno deles é a nossa responsabilidade mais profunda.

GGB Anuncia Ângela Léo Madrinhas da 22ª Parada LGBT+ Bahia

GGB Anuncia Ângela Léo Madrinhas da 22ª Parada LGBT+ Bahia

Madrinhas: Ângela e Léo Àquilla GGB Anuncia Ângela Guimarães e Léo Áquila  Madrinhas da 22ª Parada LGBT+ Bahia Salvador, Bahia – 28 de agosto de 2025 – O Grupo Gay da Bahia (GGB), com grande honra e emoção, tem o prazer de anunciar os nomes que brilharão como Madrinha e Padrinhos da 22ª Parada do Orgulho LGBT+ Bahia. O evento, que se consolidou como um dos maiores marcos da celebração e reivindicação de direitos da comunidade LGBT+ no país, está agendado para 14 de setembro de 2025, com concentração a partir das 15h no icônico Farol da Barra, em Salvador. Este ano, a escolha recaiu sobre três personalidades cujas vidas e atuações ressoam profundamente com os ideais de luta, inclusão e visibilidade: Léo Áquilla, Marcos Melo e Ângela Guimarães. Cada um, a seu modo, dedicou sua trajetória à construção de um futuro mais justo e equitativo, tornando-se faróis de inspiração para toda a comunidade. Em, Salvador, direto do Farol da Barra, ela vai executar o Hino Nacional a capela, cantora lírica e umas das habilidade dela. Madrinha Léo Áquilla: A Voz Incansável da Luta Trans e da Empregabilidade Léo Áquilla, mulher multifacetada e notável no cenário brasileiro, transcende a imagem de artista para consolidar-se como uma força política e social forte. Após uma carreira artística brilhante, que a projetou em inúmeros programas de televisão e a tornou sua imagem reconhecida nacionalmente, Léo decidiu, a partir de 2020, redirecionar seu talento e visibilidade para a arena política. Sua convicção era clara: para efetivamente auxiliar a comunidade LGBT+, era preciso ir além da visibilidade e tornar-se uma agente ativa na promoção de mudanças estruturais e sociais que garantam direitos, equidade e inclusão. Dotada de uma formação acadêmica robusta, com graduação em Jornalismo e Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi (SP) e pós-graduação em Jornalismo Político pela prestigiada PUC-SP, atriz, cantora e pintora. Léo Áquilla demonstrou a capacidade de articular estratégias políticas com profundidade e eficácia. Seu conhecimento multidisciplinar confere autoridade e propriedade ao seu discurso. O ano de 2023 marcou um divisor de águas em sua atuação. Léo foi nomeada Coordenadora Municipal de Políticas para LGBTI+ na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, fazendo história ao se tornar a primeira mulher trans a ocupar este cargo. Com uma atuação incansável e enérgica, Léo Áquilla firmou-se como uma das vozes mais combativas e influentes na luta contra a LGBTfobia no Brasil. Ela não só acolhe denúncias, mas assume a linha de frente em cada caso, utilizando sua plataforma para promover a conscientização, a articulação e o combate às injustiças. Sua influência transcende o ambiente político, alcançando empresas e instituições para desmistificar tabus e promover uma visão ampliada sobre gênero e sexualidade. Entre seus feitos mais notáveis, destaca-se a criação de postos de trabalho exclusivos para a comunidade LGBT+, com um foco primordial em pessoas trans e travestis – grupos historicamente marginalizados no mercado formal. Por essa dedicação, Léo é carinhosamente reconhecida como a “gestora da empregabilidade”, um título que reflete seu empenho em transformar vidas, garantir dignidade e fomentar a autonomia. Sua presença como madrinha da Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia é um testemunho de sua resiliência e um convite para que as novas gerações sigam seu exemplo, ocupando seus lugares com conhecimento e determinação. Madrinha Ângela Guimarães: A Força da Interseccionalidade e dos Direitos Humanos Ângela Guimarães, figura de proa na defesa dos direitos humanos e na promoção da igualdade racial e social, assume o papel de madrinha da 22ª Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia, simbolizando a união de lutas e a força da interseccionalidade. Sua marcante atuação como Secretária da SEPROMI (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia), entre 2015 e 2018, e seu compromisso inabalável com a justiça social justificam plenamente esta escolha. Em sua gestão na SEPROMI, Ângela ampliou a visão da secretaria, reconhecendo a intrínseca conexão entre diferentes formas de discriminação. Sua liderança foi crucial para integrar o combate ao racismo com a luta contra o sexismo e a LGBTfobia, promovendo políticas públicas que visavam a construção de um ambiente mais justo e igualitário para todas as populações socialmente vulneráveis, incluindo a comunidade LGBT+ da Bahia. Ângela Guimarães é reconhecida, como uma oradora incrível e por sua excepcional capacidade de diálogo e articulação com diversos movimentos sociais. Mesmo com o foco principal da SEPROMI no combate ao racismo, ela demonstrou sensibilidade notável e abriu canais de colaboração com lideranças LGBT+. Sob sua direção, foram realizados seminários, linhas de crédito financeiros, encontros e campanhas que abordaram a complexa interseccionalidade das discriminações, destacando como o racismo, a homofobia e a transfobia afetam de forma particular indivíduos negros LGBT+. Seu trabalho ativo contra o racismo institucional e a intolerância foi um marco, rompendo estruturas arraigadas e estendendo a luta para incluir a homofobia e a transfobia em serviços públicos e práticas institucionais. Sua dedicação à pluralidade de vozes foi fundamental para trazer as pautas LGBT+ para o centro da agenda de diversos setores da gestão pública estadual. Ângela também é uma defensora incansável das políticas transversais de direitos humanos, articulando ações que reconheciam a interseção entre raça, gênero e sexualidade. Essa abordagem integrada, parte de sua história como ativista, resultou em colaborações valiosas entre secretarias e órgãos, visando atender de forma holística a grupos historicamente negligenciados. A SEPROMI, sob sua liderança, promoveu campanhas de conscientização que impactaram positivamente as questões LGBT+, alinhando pautas como a visibilidade trans, o respeito à diversidade sexual e as urgências das juventudes marginalizadas, ampliando o protagonismo de minorias LGBTrans em espaços públicos e institucionais. Sua defesa da diversidade cultural e religiosa, em especial a valorização das religiões de matriz africana, ecoa diretamente na luta da comunidade LGBT+, especialmente para pessoas trans vinculadas a essas tradições, que frequentemente enfrentam dupla discriminação. Mesmo fora de cargos diretamente ligados à pauta LGBT+, Ângela sempre esteve disposta a amplificar vozes marginalizadas, promovendo espaços de visibilidade, escuta e atuação para diferentes comunidades, conectando diversas lutas com um objetivo comum: o combate

GGB pede manutenção de condenação em caso de crime homofóbico contra impunidade

De camisa azul Herbert Moreira Dias, condenado por crime de homofobia. Manifesto do Grupo Gay da Bahia ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia em Defesa da Justiça e Contra a Impunidade nos Crimes LGBTfóbicos na Bahia O Grupo Gay da Bahia (GGB), organização histórica de defesa dos direitos humanos e da cidadania LGBTQIA+, vem a público manifestar sua preocupação com a possibilidade de reversão de uma condenação emblemática por crime homofóbico ocorrido no distrito turístico de Barra Grande, no município de Maraú (BA), em setembro de 2023. Na ocasião, as vítimas, identificadas pelas iniciais C.A.A.N. e L.M.B.M., sofreram agressões motivadas por orientação sexual, resultando em graves danos físicos e psicológicos. O autor do crime, Herbert Moreira Dias, foi condenado a seis anos de reclusão em regime fechado pela Vara Criminal de Itacaré, com sentença publicada em 26 de junho de 2025. Apesar da robustez das provas, incluindo testemunhos consistentes, laudos médicos e documentos que comprovam a motivação homofóbica do ataque a defesa do réu recorreu da decisão, buscando anular ou reduzir a condenação. Para o GGB, a tentativa de reverter a sentença representa uma grave afronta não apenas às vítimas, mas a toda a sociedade que luta pela igualdade de direitos. “O processo foi transparente e muito bem fundamentado, com provas fartas que demonstraram a brutalidade e a motivação discriminatória do agressor. A reversão dessa condenação seria um retrocesso perigoso e passaria a mensagem de que a violência contra pessoas LGBTQIA+ pode ficar impune”, afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB. O Grupo Gay da Bahia destaca ainda que a sentença cumpre integralmente os princípios legais, incluindo a individualização da pena e a gravidade concreta do delito, além de estar em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que equipara a homofobia ao crime de racismo. A entidade pede que o Tribunal de Justiça da Bahia mantenha a condenação, garantindo justiça às vítimas e reafirmando o compromisso constitucional de combate à violência motivada por preconceito. O GGB convida outros coletivos, militantes e a sociedade civil a permanecerem atentos e vigilantes, para que nenhuma forma de violência motivada por ódio seja tolerada ou negligenciada pelo Estado brasileiro. Mais informações:Grupo Gay da Bahia – GGBTelefone: (71) 98843-0100E-mail: ggbbahia@gmail.com

III Rainha do Carnaval LGBTrans da Salvador

As inscrições para o III Concurso Rainha LGBTrans do Carnaval de Salvador estão oficialmente abertas! As interessadas podem se inscrever até cinco dias antes do evento, que será realizado no dia 3 de março de 2025. Este concurso, promovido pelo Quimbanda Dudu, apoio do Grupo Gay da Bahia (GGB) e patrocínio da apoio Saltur e apoiadores locais, celebra a representatividade e o empoderamento das mulheres trans em um dos maiores palcos culturais do mundo. O evento vai muito além de um desfile de beleza: é um símbolo de inclusão, resistência e celebração da diversidade, destacando o protagonismo das mulheres trans no cenário cultural baiano. As participantes terão a oportunidade de encantar o público com performances inesquecíveis e desfiles de trajes deslumbrantes, demonstrando força, carisma e histórias de superação. Premiações: 🥇 1º lugar: R$ 3.000 + título de Rainha LGBTrans 🥈 2º lugar: R$ 2.300 🥉 3º lugar: R$ 1.800 Além de um espetáculo de glamour e talento, o concurso traz reflexões importantes sobre inclusão e enfrentamento à transfobia, reafirmando Salvador como referência nacional na luta por igualdade e respeito à diversidade. Inscreva-se e participe dessa celebração que une arte, cultura e ativismo! Inscrição AQUI!

Trans de Alta Performance

Já conhecia Suzana desde o ano passado, quando visitou a sede do Grupo Gay da Bahia, a caminho de seu retorno para a Itália. E chegando eu em Roma, a turismo, alguns meses depois, liguei várias vezes para o celular da travesti, sem resposta. Eis que para minha surpresa, certa manhã de outono, ao fazer compras numa grande loja popular na área da Estação Central Termini, dou de cara com Suzana, loiríssima, cabelos compridos e lisos, maquiada e vestida com elegância. Uma mulher perfeita! Concluímos que realmente, nossas estrelas, ou Orixás se casavam bem, pois duas monas brasileiras se encontrarem casualmente em Roma, depois de vários telefonemas frustrados, só mesmo acreditando em milagre! Naquela hora que passamos juntos, num canto mais tranqüilo da loja, Suzana contou parte de sua história.Nascido em Garanhuns, Pernambuco, batizado como João Fernando dos Santos Filho, desde pequenino sentiu que era diferente dos outros moleques: se sentia mulher, queria ser menina! Adolescente, sofrendo forte discriminação em casa, fugiu para o Recife, depois para o Rio e São Paulo, vivendo de prostituição. A mesma vida de milhares de outros gayzinhos efeminados, alguns com fantasia apenas de vestir-se de mulher, sem abdicar de seu sexo masculino: são as travestis, que mesmo aplicando silicone no seio e outras partes do corpo, continua usando o pênis como órgão erótico. Enquanto as transexuais são aquelas pessoas que desejam vivenciar integralmente o sexo oposto ao que nasceram, não apenas vestindo-se como mulher, mas rejeitando seu pênis e aspirando à operação de adequação genital, construindo uma vagina o mais parecida possível como das mulheres.Ao ajuntar dinheiro suficiente, realizou seu maior sonho: tornar-se fisicamente mulher, já que de cabeça e alma, era mulheríssima. “Meu pintinho era deste tamanico, e não subia. Nunca me senti homossexual. Sempre me vi e vivi como mulher e se não me operasse, meu desespero era tão grande que ia chegar um dia que eu mesma ia cortar aquela torneirinha desengonçada.”Foi no Equador onde realizou seu sonho de tornar-se uma transexual, porém sucedeu que a operação não foi perfeitamente realizada, e sua néo-vagina ficou pequena demais, constatando, depois de cicatrizada, que não agüentava receber dentro de si um pênis inteiro, nem mesmo os de tamanho médio. Mesmo com a vagina defeituosa, se sentia mais realizada do que antigamente.Delicada, vozinha de falsete, ótima aparência, peitos e bunda exuberantes, mesmo com sua bucetinha limitada, Suzana fez sucesso na Itália, ajuntando boa grana para investir em nova operação reparadora, agora na meca da transexualidade, Londres!Ao desembarcar no aeroporto de Londres, um contratempo tornou-se sua chave da felicidade: a polícia alfandegária suspeitou que ela fosse um espião ou terrorista, pois sendo homem no passaporte, apresentava-se ao vivo como mulher. Ficou cinco horas presa numa sala de segurança, tratada quase como bandido. Dali mesmo foi deportada de volta para o Brasil, uma das piores experiências de sua vida.A transexual loirinha não se fez de rogada: contratou um advogado, alegou discriminação sexual e conseguiu o que então mais almejava: a autorização legal para mudar sua identidade. De João Fernando tornou-se Suzana Cristina dos Santos. E mais: conseguiu uma indenização do Governo Inglês por discriminação, dinheiro que permitiu voltar para a Europa e pagar nova operação.Agora com sua nova carteira de identidade e passaporte com nome feminino, retornou a Londres, cheia de orgulho de atravessar aquela mesma alfândega onde meses antes tinha sido barrada. Marcou consulta com o mesmo médico que operou Roberta Close, onde fez sua plástica corretora. “Hoje, agüento rola de qualquer calibre, de negão a alemão!”, contou, debochada e feliz da vida. Disse que a parte interna da vagina foi formada com pedaços do tecido do intestino, o que garante estar sempre húmida e com grande sensibilidade erótica. “Mas a vida de transexual é se tornar escrava do gel lubrificante, pois se não botar muito gel, pode estragar a perereca…”, disse, rindo feliz e mostrando o K-Y que trazia na bolsa Gucci, comprada de um camelô africano na Fontana di Treve.Deu o mesmo depoimento de outras “operadas”: que o famoso cirurgião que operou as mais badaladas transexuais do mundo, um coroa ultra sexy, é um amor de criatura, o qual parece ter o maior tesão por suas ‘bonecas’, tanto que as beija na boca, acaricia e chupa seus peitos, e segundo depoimento de uma trans francesa também sua cliente, chegando a testar ele mesmo se a néo-vagina ficou bem feitinha…De volta à Itália, perfeitamente “recauchutada”, como ela própria se referiu debochando de sua operação, Suzana encontrou em Milão um príncipe encantado. Casou-se de vestido de noiva, como qualquer outra mulher, adotando o sobrenome do maridão Gratelli, ganhando então a nacionalidade italiana e podendo a partir daí, entrar livremente em qualquer país da comunidade européia com seu poderoso passaporte de capa vermelha.Hoje tem apartamento próprio e se prepara para nova intervenção cirúrgica: em Amsterdã com um fono-audiólogo especialista em “afinar” a voz das transexuais. Apesar de meu conselho, que não era necessária esta nova cirurgia nas cordas vocais, pois a voz falsete de Suzana é parecida a de qualquer mulher, ela me respondeu: “quando uma transexual bota uma coisa na cabeça, não há quem tire!”

Então, já é Natal e também um convite à empatia.

Marcelo Cerqueira @marcelocerqueira.oficialCoordenador das Política LGBT+ de Salvador, ativista do GGB.A época do Natal é um período especial em que as pessoas geralmente ficam com o músculo duro do coração. É tanto “feliz Natal” que se ouve que algumas pessoas consideram irritante. O Natal é uma época de reunião, famílias se aproximarem para reflexão sobre as diversas formas de amor e solidariedade.Para muita gente, entretanto, esse momento pode aflorar um turbilhão de emoções singulares e de grande complexidade, especialmente para quem faz parte da enorme, diversa e multifacetada comunidade LGBTQIAPN+. Esses sentimentos complexos estão relacionados à vivência cotidiana dentro do armário, com a porta trancada por dentro e segurando a chave. Hoje consigo relativizar o armário como, muitas vezes, um lugar seguro, mas também muito limitado.A vivência nesse espaço, por anos seguidos, carrega a experiência de solidão, de não poder assumir a orientação sexual ou identidade de gênero por receio ou medo de que essa situação seja amplificada, gerando rejeição ou incompreensão familiar.Para muitos, o Natal representa um momento de reencontro familiar. Contudo, para pessoas LGBT+ que ainda não podem viver de forma livre suas identidades em sua plenitude, essa ocasião pode se transformar em um espaço de muita tensão. O receio de ser julgado ou mesmo rejeitado faz com que, principalmente nas classes média e alta, muitos permaneçam em silêncio, suportem comentários e perguntas estapafúrdias sobre sua vida pessoal e vivam um papel social que não reflete sua verdadeira essência.Perguntas de familiares aparentemente inofensivas sobre relacionamentos, expectativas de casamento ou filhos podem se transformar em um estopim de bomba, que pode explodir com estilhaços ou mesmo reforçar o sentimento de que o armário é um refúgio necessário, mas não desejável.Uma outra parcela que requer observação delicada é um aspecto importante da vida das pessoas LGBT+ que, por normas sociais e diferentes motivos, vivem relacionamentos heteronormativos ou em extrema discrição, frequentando saunas ou sendo clientes de profissionais do sexo. Esses irmãos e irmãs, muitas vezes, são casados e têm filhos. Não pense que é fácil, porque é como andar no fio da navalha sem cortar os pés. Elas enfrentam dilemas internos absolutamente relevantes durante as festividades.O Natal, com sua simbologia de partilha e verdade, constitui-se como a época mais atormentadora. Pode trazer à tona questionamentos sobre autenticidade, veracidade e, principalmente, felicidade. Mesmo com tudo isso, ainda assim, elas seguem como equilibristas andando rumo a preservar uma harmonia familiar e, de modo necessário, respeitar quem são de fato.Nos dias atuais, não dá para ignorar que muitos gays, lésbicas e pessoas trans vivenciam a experiência da solidão, principalmente idosos, e experimentam isso de forma mais severa no período de Natal.Para algumas pessoas LGBT+, essa solidão pode ser intensificada por laços familiares quebrados ou por não possuírem uma rede social ou por ela ser insuficiente. Enquanto muitos celebram, rindo, alegres com seus familiares, alguns passam o dia todo em silêncio ou relembrando as conexões que poderiam ter, mas que foram quebradas por força do preconceito.Solidão não é exclusividade nossa. Gente de todas as orientações e identidades pode sentir-se isolada, especialmente nessas épocas, em uma sociedade que, junto com a indústria de consumo, vende o ideal de convivência familiar como algo inesquecível.Então, já é Natal e também um convite à empatia. Para muitas pessoas LGBT+, apenas um gesto de aceitação, como “tudo bem com você?” ou talvez “seja bem-vindo, fique à vontade”, pode mudar tudo. Uma orientação para tios, tias ou entes distantes que vêm para a ceia: evitem perguntas que possam causar constrangimento. Com essa atitude, estarão ajudando a reconhecer a complexidade de cada história, evitando julgamentos e ajudando a promover ambientes seguros.Afinal, o Natal pode ser, sim, um momento de celebração coletiva, mas também de um profundo olhar para dentro de si mesmo. Viva o Natal.

Prefeitura promove CadÚnico Itinerante LGBT+ no Centro Vida Bruno

Prefeitura promove CadÚnico Itinerante LGBT+ no Centro Vida BrunoA Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) e da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), realizará uma ação especial do CadÚnico Itinerante voltada para a população LGBT+. O atendimento ocorrerá nos dias 11, 12 e 13 de novembro, das 8h às 15h, no Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno, localizado na Avenida Oceânica, nº 3731, Rio Vermelho.O objetivo da iniciativa é facilitar o acesso de pessoas LGBT+ de baixa renda aos programas sociais oferecidos pelo governo, por meio da inscrição ou atualização no Cadastro Único (CadÚnico). Para ser atendido, é necessário apresentar documentos pessoais originais e um comprovante de residência. Caso o comprovante não esteja em nome do solicitante, recomenda-se procurar uma Prefeitura-Bairro para obter a declaração necessária.Os interessados podem agendar o atendimento pelo telefone (71) 3202-2750 ou comparecer diretamente ao local nos dias e horários indicados. A ação reforça o compromisso da gestão municipal em promover a inclusão e garantir o acesso igualitário aos benefícios sociais para toda a população que necessita do benefício em Salvador, cidade inclusiva.Em junho deste ano Salvador foi eleita a melhor em mapeamento nacional de políticas LGBT+ desenvolvido pelo Grupo Arco Iris do Rio de Janeiro destacando os esforços em combater a LGBTfobia institucional na administração pública e estrutural junto a sociedade soteropolitana.A prefeitura recebeu o reconhecimento e ganhou a outorga de 2º lugar na categoria geral em políticas, ultrapassando 24 capitais, 1º lugar na categoria Justiça e Cidadania (JC) e a excelência de ganhar o 3º lugar na categoria Plano/Programa Municipal (PP), reconhecendo o empenho contínuo em desenvolver políticas públicas inclusivas e eficazes. Serviço:O que é: CadÚnico Itinerante LGBT+ no Centro Vida BrunoDias: 11, 12 e 13 de novembroHorário: 8h às 15hLocal: Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida BrunoEndereço: Avenida Oceânica, nº 3731, Rio Vermelho, Salvador – BAAgendamento: (71) 3202-2750

Tudo é Verdade: Memória, Luta, Reparação e GGB

Tudo é Verdade: Memória, Luta, Reparação e GGB Marcelo Cerqueira @marcelocerqueira.oficial Ativista do GGB e Coordenador Municipal das Politicas LGBT+ Entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, fui convidado pela professora Jucelia Santos, da Unilab, Comissão Organizadora e bolsista da Unifest para integrar mesa do Grupo de Trabalho Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em audiência pública no Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Fortaleza.

Da Redação / Marcelo Cerqueira @marcelocerqueira.oficial Entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, fui convidado pela professora Jucelia Santos, da Unilab, Comissão Organizadora e bolsista da Unifest para integrar mesa do Grupo de Trabalho Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em audiência pública no Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Fortaleza. Nessa iniciativa, o governo federal ouve relatos sobre violações de direitos humanos contra a comunidade LGBT+ a partir dos anos 1980 em diferentes regiões do Brasil.Durante minha apresentação, destaquei o crescimento de Salvador, cuja população passou de 655.735 em 1960 para 1.513.243 em 1980, sob o governo de Antônio Carlos Magalhães (ACM), que ocupou cargos de prefeito e governador. A cidade ganhou novas obras e intervenções, como o Jardim dos Namorados, criado em uma área antes ocupada de forma desordenada. O espaço tornou-se um ponto popular para encontros de interações sociais, sobretudo “para namorar” como disse o então prefeito. Hoje, o jardim reordenado pela prefeitura, carece de segurança, com relatos de violência que poderiam ser reduzidos com rondas policiais mais frequentes.Um marco histórico que ilustra o controle moral sobre a sociedade baiana foi a criação da Delegacia de Costumes em 1938, durante o governo de Getúlio Vargas, destinada a fiscalizar e reprimir comportamentos considerados “imorais”. Essa delegacia foi extinta na Bahia em 1976 pelo governador Roberto Santos e, no plano nacional, banida por Geisel em 1977. No entanto, o impacto da repressão nos corpos LGBT foi duradouro: os arquivos do Grupo Gay da Bahia (GGB) contêm imagens que evidenciam os abusos cometidos contra pessoas LGBT+ na década de 1970. Homens eram presos por “violação dos bons costumes” considerados fora dos padrões de gênero eram detidos, enfrentando discriminação e abuso policial. Travestis eram presas forçadas a limpar o chão da delegacia e submetidas a humilhações diversas. Essa repressão institucional reforça a importância da memória e da luta por justiça para as pessoas LGBT+, garantindo que o sofrimento e a violência sofridos não sejam esquecidos.Fundado na redemocratização do Brasil, o GGB surgiu sob a liderança de Luiz Mott, que desde então impulsionou a luta por direitos, como a revogação do CID 302.0, que rotulava a homossexualidade como um transtorno sexual. Essa conquista representou um avanço, eliminando o estigma nos serviços de saúde e promovendo políticas de saúde. A decisão abriu base legal para futuras legislações antidiscriminatórias e influenciou também a educação em saúde, orientando currículos e preparando profissionais para atender a comunidade LGBT+ com respeito e conhecimento.Em 1983, uma decisão histórica do Tribunal de Justiça da Bahia, proferida pelo juiz Gudsten Soares, autorizou o registro legal do GGB, permitindo que a organização atuasse com legitimidade. Essa sentença pioneira criou um precedente jurídico que permitiu a constituição de outras associações LGBT+ no Brasil, promovendo visibilidade e segurança para a comunidade. Com isso o GGB representou as demandas da comunidade com mais força e influenciou debates, novos ativistas e políticas públicas. A decisão do juiz reafirmou que a homossexualidade não é crime, contribuindo para o combate a LGBtranfobia institucional.A década de 1970 posicionou Salvador como um polo de efervescência cultural e de resistência LGBT+, simbolizada pela icônica boate Tropical, inaugurada em 1974. Seguidos décadas de 1980 e 1990 Salvador oferecia espaços públicos vibrantes, como o Beco dos Artistas e a Rua Carlos Gomes, que se tornaram pontos de encontro para a comunidade. A movimentação era tamanha que o GGB solicitava a prefeitura iluminação extra para a segurança desses locais. Em 2000, o GGB lançou um Guia Gay de 67 páginas, destacando a vasta quantidade de bares, saunas e boates que acolhiam o público LGBT+. Nessa época o grupo publicava o jornal Homo Sapiens, influenciado pela Folha de São Pulo, Erica Palomino, reproduzindo palavras e atitudes.A reparação e o reconhecimento do passado estão em curso em Salvador por uma gestão humanizada que a passos largos caminha para a completa inclusão. A cidade aprovou e colocou em funcionamento o Plano Municipal de Políticas e Direitos Humanos para a comunidade LGBT+, com ações transversais para todos órgãos, instituiu um equipamento de acolhimento que é Centro de Referência Vida Bruno, Programa de Combate a LGBTransfibia, Empresa Inclusa e Ambulatório Especializado em Saúde LGBT ênfase em pessoas trans, hormonioterapia.Esse avanço é fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham o direito de viver com dignidade.

Workshop

Orgulho Jovem no Shopping da Bahia Por Marcelo Cerqueira Nos dias 5 e 6 de setembro de 2024, o Shopping da Bahia será palco do Orgulho Jovem dentro VIII Semana Diversidade de Salvador que antecede a 21º Orgulho LGBT Bahia que esse ano celebra a juventude. Orgulho Jovem, um evento de grande relevância que reúne a juventude LGBT+ em torno de debates essenciais para a promoção de direitos e visibilidade. Organizado pelo Grupo Gay da Bahia, tem como objetivo fomentar discussões sobre os desafios enfrentados pelos jovens LGBT+ nas áreas de trabalho, saúde mental, comportamento, autoimagem e educação. Programação e Importância do Evento O evento, que se estenderá por dois dias, será composto por quatro painéis temáticos, cada um abordando questões cruciais para a juventude LGBT+. Com a participação de destacados profissionais e ativistas, a programação workshop inclui debates que proporcionarão aos participantes uma visão abrangente sobre as oportunidades e desafios atuais. Na quinta-feira, 5 de setembro, a programação começa com o Workshop Orgulho Jovem/Painel I – Trabalho e Inovação: Desafios e Oportunidades para a Juventude LGBT+, das 10h00 às 13h00. Entre os convidados, estão Denilson Santana, vice-presidente do Conselho Estadual de Juventude, Filipe Oliveira, secretário da Juventude do PT-Salvador, Lucas Santos Melo, Social Midia e Adrian Santos Presidente da União Estadual dos/das Estudades. O painel será mediado por Natan Ferreira, presidente da União da Juventude Socialista na Bahia. Na parte da tarde, das 14h00 às 17h00, ocorre o Workshop Orgulho Jovem/Painel II – Comportamento e Autoimagem: Desafios na Era Digital, com a participação de Henrique Carbalal, jornalista e vereador de Salvador, e Tyfanni Conceição, madrinha do Orgulho. A jornalista e ativista antirracista Wanda Chase será a debatedora. Na sexta-feira, 6 de setembro, o Workshop Orgulho Jovem/Painel III – Saúde Mental na Juventude LGBT+: Estratégias de Cuidado e Resiliência abre a programação do dia, das 10h00 às 13h00. Dinsjani Pereira, assistente social e professora da UNIFACS, será a debatedora, com convidados como o psicólogo Elias Fernandes (CRP-03), Ângelo Boreggio, mestre em Direito pela PUC-SP e Erick Abad SMS. Encerrando o evento, das 14h00 às 18h00, acontece o Workshop Orgulho Jovem/Painel IV – Educação LGBTrans: Ingresso, Permanência e Formação no Ensino Superior, mediado novamente por Natan Ferreira. Este painel contará com a presença de Catarina Paraguaçu, licenciada em Filosofia pela UEFS, e da professora Cássia Maciel, pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da UFBA. Reflexão e Impacto Social. O evento não apenas oferece uma plataforma de diálogo, mas também fortalece a resistência e resiliência da juventude LGBT+ diante dos desafios sociais e institucionais. A participação em eventos como este é fundamental para a promoção de um ambiente mais inclusivo e para a formação de uma sociedade que respeite e valorize a diversidade. Certificação e Reconhecimento. Ao final de cada dia, os participantes receberão certificados que reconhecem sua participação nos workshops e debates, simbolizando o compromisso com a causa LGBT+ e a construção de um futuro mais igualitário. A realização deste evento pelo Grupo Gay da Bahia, com o apoio de diversas instituições, reafirma a importância de manter viva a luta pelos direitos e pelo orgulho de ser jovem e LGBT+ no Brasil. O 21º Orgulho LGBT+ Bahia do Shopping da Bahia, Instituto Iris, Dow Química, Embasa, Prefeitura de Salvador e Governo da Bahia. Inscrições  formulário

Exposição “Com Orgulho”

Exposição “Com Orgulho” Foto ALESSANDRO MACEDO Jornal Correio da Bahia 2000 – Lilith ” Âgelo” homenagem postuma Exposição “Com Orgulho” – Uma Jornada Fotojornalista pela Parada LGBT da Bahia (2000-2023) A exposição “Com Orgulho” é uma celebração visual e sensorial que captura a essência vibrante e multifacetada da Parada LGBT de Salvador ao longo de suas 21 edições, desde o ano 2000 até 2023. Através das lentes afiadas e sensíveis dos fotógrafos excepcionais do Jornal Correio da Bahia, esta mostra convida o espectador a uma imersão profunda, revelando o espírito festivo e reivindicativo desse evento que se consolidou como um dos maiores marcos de inclusão, diversidade e resistência na Bahia. O palco desse espetáculo foi o Centro da velha e cosmopolita São Salvador, capital do orgulho. O movimento, inicialmente conhecido como Parada Gay, evoluiu, refletindo as complexidades e diversidades da comunidade, transformando-se em LGBT+ e, mais recentemente, em “Orgulho”. Este retorno ao termo original “Pride”, ou “Orgulho” em português, é uma homenagem aos antepassados que lutaram bravamente pelos direitos que hoje celebramos. É um nome carregado de história, resistência e memória. Essência Popular e Comunidade LGBT: Cada fotografia apresentada nesta exposição transcende o simples ato de capturar momentos únicos congelados no tempo. Elas são portais que nos transportam para a essência do que significa ser parte de um movimento popular. A alegria, o desprendimento e a felicidade de celebrar em comunidade se entrelaçam com a luta por garantias de direitos e a conquista de novos espaços. As imagens destacam os rostos, corpos e expressões de liberdade, revelando a imensa diversidade que compõe a comunidade LGBT em Salvador. O Corpo como Outdoor: Em muitas dessas imagens, o corpo LGBT+, especialmente o corpo das pessoas trans, emerge como um poderoso outdoor vivo de educação e visibilidade. Esses corpos, com suas cores, formas e gestos, desafiam e reconfiguram o espaço público, reivindicando a existência, o respeito e a inclusão. São corpos que, em meio à festa, narram histórias de luta e resistência, e que, através da fotografia, tornam-se eternos. O Fotojornalismo em Ação: A exposição também nos convida a uma reflexão sobre o poder da fotojornalismo na documentação de momentos históricos. Ao longo de 21 anos, as fotos que estamparam as capas do Correio da Bahia não apenas registraram eventos; elas contaram histórias que ficaram gravadas na memória coletiva da cidade. Esses registros fotográficos são testemunhos do olhar treinado dos fotógrafos que, com sensibilidade e precisão, captaram a intensidade, a beleza e as subjetividades evento. Cada clique é um ato de resistência e de valorização da diversidade, transformando a arte de fotografar em um gesto político. Um Carnaval de Lógica Revertida: A Parada LGBT em Salvador é, em sua essência, uma celebração carnavalesca, mas com uma lógica inversa. Enquanto o Carnaval tradicional é uma explosão de festa e folia, a Parada é, além disso, um ato de resistência e protesto. As fotos revelam essa dualidade fascinante: a alegria e a descontração de estar em comunidade, celebrando a diversidade, junto com a força e a determinação de denunciar e combater as injustiças enfrentadas pela população LGBT. Este é um Carnaval onde as cores do arco-íris se misturam com as palavras de ordem, onde a celebração se funde com a militância. Presenças Ilustres e Celebração da Inclusão: Ao longo dos anos, mais de 25 celebridades emprestaram suas imagens e vozes para apoiar este evento emblemático. Figuras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Mariene de Castro, Marta Suplicy, entre outros, marcaram presença, reforçando a Parada como um movimento de massa e de inclusão. Não é por acaso que a Parada LGBT de Salvador é reconhecida por seu impacto social e cultural, tendo servido de plataforma para a ascensão de personalidades importantes na política e na cultura, como foi o caso da ministra da Cultura, Marta Suplicy. Este é um evento onde a arte e a política se entrelaçam, criando um espaço de visibilidade e de poder para a comunidade LGBT. A Origem e a Persistência: A exposição também narra a história das origens da Parada LGBT em Salvador, um evento que começou a ser celebrado no início dos anos 2000 e que, apesar dos inúmeros desafios, do novo, enfrentava a chuva e as festas de junho, se consolidou como um dos principais eventos de massa na Bahia, fazendo parte dos eventos calendarizados na cidade. Isso, aliado a mudança para setembro fez com que a Parada se tornasse o que é hoje: uma grande celebração de orgulho, diversidade e inclusão. “Com Orgulho” não é apenas uma exposição de fotografias; é uma narrativa visual que conta a história de um movimento que transformou Salvador em um símbolo de resistência, inclusão e celebração da diversidade. Cada imagem é um convite para reviver momentos marcantes, refletir sobre a trajetória de luta da comunidade LGBT e reconhecer o poder transformador dessa coletividade na construção da história e da cultura da cidade. Curadoria de Marcelo Cerqueira: Marcelo Cerqueira é ativista na luta pelos direitos LGBT na Bahia, atuando como presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), atualmente também como gestor LGBT municipal. Com um olhar atento e uma sensibilidade aguçada, Cerqueira traz à tona as narrativas de resistência e celebração que permeiam as vidas da comunidade LGBT em Salvador. Seu trabalho de curadoria nesta exposição reflete sua profunda conexão com o movimento, revelando uma trajetória que é, ao mesmo tempo, pessoal e coletiva, local e universal. Sob sua orientação, “Com Orgulho” se torna um espaço onde a arte e a resistência se encontram, dando voz e visibilidade àqueles que continuam a moldar o futuro da diversidade. A VIII Semana da Diversidade Cultural de Salvador e 21º Orgulho LGBT+ Bahia conta com patrocínio do Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Dow Química, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e Embasa – Empresa Baiana de Água e Saneamento. Realização do Grupo Gay da Bahia (GGB) e Grupo Quimbanda Dudu. Serviço Sexta-feira, 6 de setembro de 2024