
*por Alexandre Ferraz, jornalista
As entidades e movimentos gays de todo o país, pelo visto (ou NÃO visto) parecem estar perdendo o bonde do Oriente no que se refere a indispensáveis advertências àqueles LGBT que pretendem ir ao Qatar para a Copa do Mundo.
Naquele país muçulmano, a defesa ou prática da homoafetividade pode redundar em penas severas, conforme temos comentado aqui.
Mais um exemplo: em entrevista à agência de notícias Associated Press, o major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari – militar que ocupa o posto mais alto nas forças de segurança do país –, declarou que não é possível assegurar a segurança de pessoas LGBTQ durante a Copa do Mundo. Ele afirmou que torcedores estrangeiros são sim bem-vindos, contudo que evitem símbolos relacionados à comunidade – como a própria bandeira arco-íris.
Se um torcedor levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu realmente quero insultá-lo, mas sim para protegê-lo. Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo”, explicou ele. “Não posso garantir o comportamento de todo o povo.”
Ainda sobre o risco Qatar (I)
De acordo com o último Relatório de Homofobia do Estado da ILGA (International Lesbian and Gay Association) , o Código 1° do Código Penal do país (2004) diz que os tribunais podem aplicar a Lei Sharia – sistema jurídico do Islã – para impor pena de morte para homossexuais.
Ainda sobre o risco Qatar (II)
Ainda conforme a Lei Sharia, todo o crime de adultério torna o ato sexual fora do casamento punível com morte, e práticas sexuais entre pessoas não casadas são passíveis de punição por meio de açoitamento – os dois são delitos, independentemente de serem cometidos entre pessoas do mesmo gênero ou não.
* Alexandre Ferraz, Tribuna da Bahia