UOL / Rico Vasconcelos: Quem vive com HIV não é obrigado a revelar seu diagnóstico

Na última semana, um vídeo postado pela jornalista e apresentadora Regina Volpato em suas redes sociais incendiou a internet brasileira. O que era para ser apenas mais um vídeo de conselhos para seus seguidores, fez o Brasil parar e refletir sobre o quanto aqui ainda somos desinformados e preconceituosos quando o assunto é HIV/Aids. Tudo começou quando, na resposta enviada para a caixinha “Qual o seu dilema?”, um seguidor contou que estava apaixonado por um rapaz que só havia revelado que vivia com HIV depois do terceiro encontro. Como conselho, Regina recomendou não confiar nem se relacionar com alguém com HIV que ocultasse essa informação, afinal “o que mais esse moço seria capaz de fazer?”. O vídeo provocou imediato tsunami nas redes sociais. Acusada de discriminar as pessoas que vivem com HIV/Aids, rapidamente a jornalista substituiu o vídeo por outro com um sincero e adequado pedido de desculpas (veja abaixo). Já que as replies estão cheias de pessoas ignorando o que eu disse e só focando no fato da Regina pedir desculpas, posto o vídeo. Vejam que ela mesma diz que não gosta de deletar os vídeos dos seus erros e que entende as críticas, que são feitas para melhorar e não linchar pic.twitter.com/RD36X0JKbj — merla punk 🇵🇸🍉 (@umanovamuie) April 15, 2024 Mas será que uma pessoa que vive com HIV é obrigada a revelar seu diagnóstico para todas as suas parcerias sexuais? Foi a partir daí que eu comecei a gostar de verdade de toda essa história. Ao gravar este vídeo para seu seguidor, Regina Volpato nos teletransporta para a década de 1980, uma época em que, para o senso comum, o HIV era uma catástrofe iminente a nos rondar e as pessoas com esse vírus eram consideradas como perigosas, que tinham se infectado em decorrência de um desvio de comportamento. Infelizmente, por desinformação e por preconceito, a mentalidade de grande parte dos brasileiros permanece até hoje na década 1980, apesar de todo o avanço médico e científico na prevenção e no tratamento do HIV desenvolvido ao longo desses mais de 40 anos de epidemia. O episódio da Regina Volpato, entretanto, provocou uma movimentação. Em parte, por medo de serem canceladas, mas também por genuíno interesse, de uma hora para a outra muitas pessoas começaram a buscar informação e tomar cuidado para não falar besteira sobre o tema. Ao ver Regina Volpato na berlinda da internet por emitir uma opinião que muito provavelmente era igual à sua, muita gente se desarmou dos seus preconceitos e se permitiu aprender as atualizações do mundo do HIV/Aids. Por outro lado, infelizmente teve também quem aproveitasse o movimento para vomitar toda a sua sorofobia enrustida nas redes sociais. O importante é que Regina Volpato conseguiu com o ocorrido furar a bolha, fazendo com que muita informação valiosa sobre o tema chegasse em solos áridos que, em pleno 2024, ainda acreditavam que a camisinha sozinha seria capaz de resolver a epidemia de HIV/Aids. Muita gente teve aí o seu primeiro contato com dados científicos que já eram conhecidos e divulgados há mais uma década, mas que simplesmente não chegavam e nem eram assimilados por todos. Um exemplo disso é a não progressão para a Aids e a ausência de risco de transmissão sexual obtidos com o tratamento antirretroviral adequado. Hoje sabemos que além do uso do preservativo e do tratamento antirretroviral, existem muitos outros potentes métodos de prevenção do HIV, tais como a testagem periódica, o pré-natal das gestantes e as Profilaxias Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP), na forma de comprimidos, injeções e anéis vaginais com antirretrovirais. E que o melhor método para cada pessoa é aquele que consegue usar. Sabemos também que a camisinha, quando recomendada isoladamente, não conseguiu controlar a epidemia de HIV em nenhum lugar do planeta. E que somente com a associação destes diferentes métodos de prevenção, foi possível obter uma redução significativa nas novas infecções por HIV, nos dando a esperança de um futuro em que essa epidemia terá sido enfim erradicada. Tais mudanças de paradigma tornaram possível uma pessoa viver saudável com HIV e sem riscos de transmissão do seu vírus. Assim, também permitiu que esse diagnóstico deixasse de ser assunto para ser tratado pela sociedade em praça pública, como no caso da Revista Veja retratando o Cazuza. O HIV se tornou um tema de foro individual, entrando na longa lista das intimidades humanas, que podem ou não ser reveladas, somente se, quando e para quem um determinado indivíduo assim decidir. Fazendo isso, pessoas que vivem com HIV em tratamento antirretroviral adequado não são perigosas ou pouco confiáveis nem tampouco devem ser culpadas por absolutamente nada. Existem inclusive leis que asseguram a essas pessoas o sigilo do seu diagnóstico. Ao errar, pedir desculpas e querer aprender, Regina Volpato convida toda a grande ala preconceituosa e desatualizada do Brasil a fazer o mesmo. Se o seguidor enviasse para mim o “seu dilema” em busca de um conselho, primeiro eu o orientaria a agradecer ao rapaz por ter confiado e revelando para ele essa intimidade que é o diagnóstico do HIV. Em seguida, diria que o mais difícil para um bom encontro se concretizar eles já tinham conseguido: a afinidade. Por fim, diria que a prevenção do HIV, em 2024, é a parte mais fácil dessa história. Bastava o casal procurar se informar sobre a moderna prevenção combinada do HIV e encontrar os métodos de prevenção que se adaptavam às suas vidas sexuais. Regina Volpato, obrigado por colocar esse tema em pauta. Só deixaremos de ser sorofóbicos se reconhecermos isso e conseguirmos falar com conhecimento e naturalidade sobre HIV/Aids. Fonte: UOL / Rico Vasconcelos
Duda Salabert lança pré-candidatura à PBH com Rede e PSOL no palanque

Do Jornal O Tempo, BH/MG, 19/04/2024 Com a federação Rede-PSOL no palanque, a deputada federal Duda Salabert (PDT) lançou nesta quinta-feira (18/4) a pré-candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Realizado em um restaurante, na região Leste, o evento reuniu as deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL), também pré-candidata à PBH, e Ana Paula Siqueira (Rede). Duda, que, em alfinetada ao prefeito e pré-candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), atribuiu o atraso de mais de uma hora e meia ao trânsito de Belo Horizonte. Para a deputada, a mobilidade será o principal tema desta eleição. “Belo Horizonte tem o segundo pior trânsito do Brasil e está entre os 50 piores do mundo”, criticou a deputada federal, que acrescentou que “não tem empresário de ônibus por trás da candidatura”. Ofensiva. Saudada com os gritos de “Olê, olê, olê, olá, Duda, Duda”, a pré-candidata aumentou o tom das críticas a Fuad ao abordar a saúde e o meio-ambiente. “Não podemos naturalizar Belo Horizonte estar na maior epidemia de dengue e o prefeito nunca, jamais, ter posto o pé em um posto de saúde para saber como está a situação. Não podemos naturalizar que o prefeito seja o que mais cortou árvores nesta cidade”, apontou. Sem citá-lo, a pré-candidata à PBH ainda atacou o deputado estadual Bruno Engler (PL), que também é pré-candidato. “Belo Horizonte é o epicentro do interesse da ultradireita no mundo. Ela está articulada e está botando a ficha em nomes de Belo Horizonte. Eu não preciso saber quem é. Vocês sabem quem são”, emendou ela, que disse que, em 2024, será o desempate após as eleições de 2018 e 2022. Ao citar Bella e Ana Paula, Duda disse acreditar na união da esquerda. “A importância de unificar o campo. Nós nunca estivemos separadas. Sempre estaremos juntas. Estamos conversando. Queremos estar juntas no 1° turno e vamos com certeza estar juntas no 2° turno”, projetou. A deputada estadual Bella Gonçalves afirmou que, hoje, como deputada, ela e Duda fazem “o enfrentamento à Stock Car, ao desmatamento e ao desrespeito à Universidade Federal de Minas Gerais”. “Eles apostam em uma disputa entre nós, mas eu, que fui co-vereadora na ‘gabinetona’ (mandato coletivo com Áurea Carolina e Cida Falabella), aposto que é juntando a força das mulheres que vamos transformar a cidade”, sinalizou a deputada. Alinhada a Duda e Bella, Ana Paula Siqueira, cuja pré-candidatura à PBH foi derrubada pela Rede, disse que, em breve, terão vitórias juntas para Belo Horizonte. “É por acreditar que Belo Horizonte tem jeito que estamos aqui pra fortalecer a candidatura da Duda”, afirmou a deputada estadual. ApoiosO ministro da Previdência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi, chamou a atenção ao lembrar quando cantou “Sonho impossível” durante a Ditadura Militar. “E o mundo vai ver uma flor /Brotar do impossível chão. É o que você vai fazer em Belo Horizonte, Duda”, concluiu Lupi. Além de Bella, Ana Paula e Lupi, o evento reuniu a vice-presidente nacional do PDT, Sirley Soalheiro, o presidente estadual do PDT, Mário Heringer, a deputada estadual Lohanna (PV) e os vereadores Bruno Miranda (PDT), Miltinho CGE (PDT), Cida Falabella (PSOL) e Iza Lourença (PSOL). O deputado federal e pré-candidato Rogério Correia (PT) chegou ao final do evento
Conheça o CEDOC LGBTI+ 📚📰

O Centro de Documentação Prof. Dr. Luiz Mott foi inaugurado em 2007 pelo Grupo Dignidade e guarda um dos maiores e mais relevantes acervos brasileiros sobre os nossos ✨ rastros de purpurina ✨ e outros temas, como educação, direitos humanos e saúde. O CEDOC leva o nome “Prof. Dr. Luiz Mott” em homenagem ao fundador do Grupo Gay da Bahia – GGB (1980), a mais antiga instituição presente até os dias atuais na luta pelos Direitos Humanos de LGBTI+ no Brasil. São livros, jornais, revistas, produções acadêmicas (artigos, trabalhos de conclusão de curso, teses e dissertações), CD’s, DVD’s, fotografias, folhetos, cartazes e grande quantidade de documentos dos grupos, dos projetos e do movimento LGBTI+. O CEDOC é aberto à comunidade em geral para consulta local com agendamento prévio, mas também apresenta grande parte do seu acervo digitalizado. Tudo isso de forma gratuita! 💫 O Paraná Mais Diversidade está ampliando o CEDOC LGBTI+ com a sua colaboração! Responda o questionário a seguir e contribua com a nossa pesquisa sobre memórias LGBTI+ no estado do Paraná 🔗 https://forms.gle/N8z4RK7NwN2X4uQC6 Paraná Mais Diversidade: Promovendo a Inclusão e a Cidadania LGBTI+ no Paraná, uma iniciativa do Grupo Dignidade com apoio da Itaipu Binacional. https://cedoc.grupodignidade.org.br/
Confira a vibe

Confira a vibe: a 21ª Parada do Orgulho da Bahia vai rolar em Salvador, no domingo, 8 de setembro de 2024. Vamos colorir o bairro da Barra, misturando nossa vibe com os prédios e o azulão do mar lá do Farol.O tema desse ano é todo voltado pra galera mais nova: “Orgulho Juvenil”. Escolhemos esse tema pra dar aquele destaque à juventude da nossa comunidade, celebrar essa fase da vida e mandar aquele recado de diversidade, respeito e empoderamento. Vamos criar memórias incríveis de amor, aceitação e muita alegria! Venha fazer parte e trazer sua energia! vai rolar em Salvador, no domingo, 8 de setembro de 2024. Vamos colorir o bairro da Barra, misturando nossa vibe com os prédios e o azulão do mar lá do Farol.O tema desse ano é todo voltado pra galera mais nova: “Orgulho Juvenil”. Escolhemos esse tema pra dar aquele destaque à juventude da nossa comunidade, celebrar essa fase da vida e mandar aquele recado de diversidade, respeito e empoderamento. Vamos criar memórias incríveis de amor, aceitação e muita alegria! Venha fazer parte e trazer sua energia!
Luiz Mott Carta Capital

PARA ONDE CAMINHA A COMUNIDADE LGBT? | Entrevista com LUIZ MOTT, do Grupo Gay da Bahia. CartaCapital 609 visualizações Transmitido ao vivo em 16 de abr. de 2024 Os direitos LGBT serão um eterno campo de disputa no Brasil? Da abolição da lei de sodomia, em 1830, à garantia da união estável entre casais do mesmo sexo em 2011, as conquistas da população LGBTQIA+ tem sido frequentemente ameaçadas por tentativas de retrocesso, principalmente por grupos de extrema-direita. Para discutir os atuais desafios e futuros dos direitos LGBT no Brasil, CartaCapital recebe o antropólogo, historiador e ativista Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia.
A Arte da Capa do Orgulho da Bahia

CARTAZ 20 ORGULHO DA BAHIA A cada Parada do Orgulho da Bahia a organização sempre apresenta um tema para ser repercutido junto com a comunidade e sociedade em geral, reproduzido nas diversas mídias, folders, placas, outdoor, camisetas e as lonas de envelopamento dos trios. Na 20ª Edição escolhemos o tema diversidade e inclusão no mundo corporativo. A pandemia de Covid-19 impactou a vida dos LGBT que perderam seus empregos, passaram muito sufoco, inclusive nas relações familiares. E a importância de a empresa possuir um Recursos Humanos capaz de olhar para o candidato sem a interferências vieses inconscientes nas contratações deve ser prioridade nas empresas. A 21ª Parada do Orgulho da Bahia em 8 de setembro já escolheu o tema. Orgulho Juvenil afirmação Jovem que celebra a juventude LGBTQI da nossa comunidade, diversidade e empoderamento e criar memórias duradouras de amor, aceitação e alegria! Conheça peças gráficas dos anos anteriores.
Mareatas II : Não foi fácil, mas foi verdade atravessar a década de 1980 vestido de branco

Essa fase que em Salvador os gays eram afrontados pelas difamações, pela polícia que tratava sem nenhum respeito, faziam batidas na boate Tropical, rua do Pau da Bandeira, chegava hostilizado ” viados de um lado e caçador do outro” mandava acender a luzes branca, as pessoas ficarem de cara com as paredes, aterrorizadas esperando um golpe, depois da exibição de força, escolhiam uns, sem motivo aparente jogavam no camburão seguiam para delegacia. As travestis do Centro usavam o “ habeas corpus” da gilete para cortar os braços, não apanhar da polícia e não serem presas. Quando o “aliban” se aproximava, elas mostravam o sangue. Eu vi tantas várias com cicatrizes medonhas nos braços, uma tristeza. As delegacias mais pareciam com um estabulo, era como fosse natural os policiais pegarem bichas na rua e mandar lavar banheiros. Ainda nos hostilizavam na rua como “ditos culpados e apontados como os principais transmissores do HIV”. Enfrentávamos uma constante guerra de nervos. Bastante humilhação nas ruas e exacerbação do preconceito, muitas vezes com agressão física. Os turistas estrangeiros que andavam na rua eram “chamados de peste gay” a ignorância era o normal. Certos setores da mídia na Bahia nos tinham aversão, indiferença ou desprezo e a nossa saída, a grande investida do GGB naqueles difíceis anos foi manter-se coerente, politicamente correto e aprofundar-se nos postulados científicos que garantiram o conhecimento e as armas de defesa contra os reacionários, homofóbicos e ignorantes de plantão e pela mudança do código de classificação de doenças do Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, extinto), que descrevia a homossexualidade como “desvio ou transtorno sexual”. Produzimos muita originalidade e traduzimos muito material que recebíamos dos Estados Unidos, especialmente sobre o vírus HIV. Defendemos o uso do preservativo como barreira física eficiente, enquanto uns diziam que o preservativo eram os médicos controlando a sexualidade. Em 28 de junho de 1997, São Paulo, fez a primeira Parada do Orgulho com 2,5 participantes desfilando, inclusive eu, na Avenida Paulista, sempre no mês de junho em referência ao dia 28 do Orgulho. Esse ano a data é 2 de junho sendo considerada a maior do mundo. Nós gays barbudos do GGB não gostávamos da ideia da festa, uma reunião que ocorreu no Trapiche Adelaide em 1999 com uns gays paulistas, Lícia Fábio, Marcelo Cerqueira e Luiz Mott nos encorajou começar essa trajetória de lá para cá não paramos. A 1ª edição Parada Gay da Bahia, seguindo a lógica foi em 16 de junho, Campo Grande, às 15h, embaixo de muita chuva. Não foi um passo para as ruas! Era tudo muito novo, tivemos que aprender com quem sabe, a Saltur, órgão da Prefeitura de Salvador. Merina Aragão, gerente do Carnaval, generosa deu toda orientação de como fazer, as licenças públicas necessárias e no dia da Parada estava o Campo Grande ordenado o espaçamento para as saídas dos trios, foi continua sendo comprometida. O prefeito Imbassahy na época foi grande parceiro, abriu as portas da Prefeitura de Salvador para os gays entrarem, em uma reunião no Palácio disse “ A cidade é vocês, podem ocupar. Estou aqui para segurar”. O jornal Folha de São Paulo uma estimativa de 20 mil participantes, um palco na Castro Alves onde o padrinho Edson Cordeiro fez um show especial. A primeira mudança que ocorreu na logística do evento foi a mudança certa de junho para setembro na III Parada do Orgulho Gay dia 8 teve como Madrinha Ivete Sangalo. Seguimos a orientação Imbassahy que ficamos 20 anos colorindo com as cores de arco íris o Centro da velha São Salvador, esse ano vamos unir as nossas cores com o colorismo sofisticado da Barra no 21a Parada do Orgulho da Bahia, dia 8 de setembro 2024.
GGB faz pré agendamento Prep com recorte racial

Descubra como a PrEP, uma ferramenta crucial na prevenção do HIV, está se expandindo no Brasil. Com um aumento significativo em sua adesão e a inclusão em serviços de saúde trans, o Ministério da Saúde visa ampliar a prescrição em 300% até 2027. Saiba mais sobre esta estratégia vital que prepara o organismo para evitar a infecção pelo HIV e as iniciativas para torná-la mais acessível a todos. Leia a matéria completa para entender o impacto e a importância da PrEP e da PEP na luta contra o HIV. O GGB quer chamar atenção da população preta para esse alerto do Ministério da Saude. Abaixo o formulário para um pré agendameto, não não fazemos atendimento médico, encaminhamos. https://forms.gle/1KVRuZK3EeuSLFxz5
No Início Eram as Mareatas Parte I

Enquanto San Francisco, Chicago e Nova Iorque, já nos meados dos anos 1980 a Gay Parade pipocava nos estados americanos, aqui o GGB recebia as notícias, graças a um correspondente que enviava pelos Correios caixas com jornais e revista Nova Iorque, era revigorante. Luiz Mott, dono de uma mente brilhante, precisava pautar a imprensa e sociedade para a causa, ele descobriu nas suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal, que Diogo Botelho (1618) Governador Geral da Bahia, foi denunciado por um escravo ao Tribunal do Santo Ofício pela prática da sodomia com marinheiros estrangeiros no Palácio Rio Branco. Foi ele quem mandou construir o Forte de São Marcelo, que tinha a função de proteger a cidade contra os invasores. Com objetivo saudar a memória do governador criar o fato político Mott inventou “ As Mareatas” em Salvador no ano 1984, os gays faziam a concentração no Mercado Modelo, seguiam até ao embarcando em canoas levando flores para jogar no entorno, enquanto faziam a volta e desembarcar no forte monumental com sua enorme porta feita de madeira monocromada, despachavam as mais flores e em seguida embarcavam felizes e cantando rumo ao cais do Mercado Modelo. Era todo um ritual bem estudado e planejado – até licença ao Iphan – para se dar a volta ao vetusto monumento era preciso. Era uma época de muito preconceito e discriminação em Salvador o principal jornal da cidade jornalista José Augusto para a sua coluna de cinema “ matar veados não é crime, é cassada” e “ mantenha Salvador limpa, mate uma bicha por dia”, ainda hostilizava os LGBTs que trabalhavam na redação. Fazia tudo isso impunemente sob o olhar complacente do jornalista e diretor de Redação Joaquim Alves Cruz Rios, que vem de linhagem do traficante, possuía o mesmo nome do diretor, uma possível homenagem. Ele traficou 514 (1850/51) escravos da Costa da África, duas viagens: a primeira com 168 almas e a segunda com 346 vidas, duração da viagem, duração 35 e 24 dias respectivamente. (Luiz Henrique Dias Tavares). A família tem as mãos sujas com o sangue negro. Em Salvador, a classe média da época que recebeu as influências que “homossexualismo” era doença e vergonha para a família levam os filhos para serem torturados por médicos forense. Professor da Faculdade de Medicina, Estácio Lima formou gerações de médicos nessa perspectiva. Muitos gays foram exilados por seus familiares para o Rio de Janeiro e Paris.
Coleção Super Heróis Contra o Preconceito

Super homem Vale a Pena Ler de Novo! SALVADOR, 30/03/2009 – Uma série de quadrinhos no mínimo curiosa. Trata-se da campanha Super Heróis contra o preconceito, feita por encomenda do Grupo Gay da Bahia (GGB) ao premiado Hector Sallas, jovem cartunista vencedor de diversos prêmios desing na Bahia. A campanha tem a finalidade em forma de paródia evocar os poderes dos super heróis no combate diário ao preconceito em nossa sociedade. No total são cinco desenhos que fazem alusão aos heróis conhecidos em todo o mundo. Uma adorável paródia ao super homem, mulher maravilha, incrível homem verde, homem morcego e capitão América. Quem nunca sonhou ser salvo pelo super homem, aparecendo lindo, forte e voando. Nessa paródia ele aparece, com fenótipo negroide, com roupa rosa, de brinco na orelha e o clássico cavanhaque ao gosto dos gays. Também recebe em seu peito a letra G maiúscula sobre a lycra rosa e quando ele aparece rasgando o céu, eis que surge um lindo arco íris. O famoso casal que não se sabe se é amor ou amizade, ou é ambos os sentimentos, o homem morcego e seu companheiro. Mulher maravilha, personagem imortalizado nas Paradas Gays por drag queens de todo o mundo. Ela também recebeu uma cara de negona da Liberdade, olhos amarelos, mais músculos e um discreto volume na região pélvica, na versão do GGB, mulher maravilha é um sapatão rebentão de maré, maldade nenhuma escapa do seu laço mágico certeiro. Quando não está combatendo o mal, está na roça de candomblé do babalorixá Bel de Oxum, em Paripe, fazendo obrigações do seu orixá. O homem verde, não perdeu a sua índole de bom moço, ganhou mais uma sutileza que atrás daqueles músculos de pedras, músculos também bate um coração, na versão também entrega flores. Um outro super meio é o Flecha tá capitão América que atravessa o mundo na rapidez da luz, utiliza os seus poderes superiores para acabar com o preconceito contra jovens homossexuais, porque ele é jovem e muito serelepe. Esse material foi lançado em cartazes distribuídos em Salvador em 2001 e agora ele vai ser disponibilizado na internet para quem quiser divulgar os heróis contra o preconceito. Só poderes mágicos para acabar com o preconceito ainda muito presente em nossa sociedade. Além da campanha de cartazes foram produzidos postais com as figuras que traziam a mensagem “preconceito contra homossexuais é crime contra a humanidade”. Estamos de olho” insinuava que os heróis estão de olho na homofobia. (Marcelo Cerqueira, DRT-BA 2135)