Órgãos públicos vistoriam o circuito do 22º Orgulho LGBT+Bahia

Represetantes dos órgãos reunidos no Largo do Farol. Órgãos públicos vistoriam o circuito do 22º Orgulho LGBT+Bahia, marcada para setembro O Grupo Gay da Bahia (GGB) anunciou, em parceria com órgãos públicos, que uma vistoria in loco foi realizada na manhã de hoje no trecho Barra/Ondina, circuito onde ocorrerá o 22º Orgulho LGBT+ da Bahia, no dia 14 de setembro de 2025. O objetivo foi identificar possíveis intercorrências e definir estratégias de segurança para o evento. Este ano, o desfile terá início no Farol da Barra e seguirá até o largo em frente ao Clube Espanhol, na Avenida Oceânica. De acordo com Marcelo Cerqueira, presidente do GGB e CEO do evento, “essa decisão foi tomada em consonância com o desejo do público, que optou por acompanhar os trios até esse ponto, garantindo mais conforto e segurança para todos.” A vistoria contou com a participação de representantes de diversos órgãos municipais e estaduais, como: Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP) Secretaria Estadual de Turismo (SETUR) Secretaria de Relações Institucionais do Estado da Bahia (SERIN) Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) Secretaria Municipal da Mobilidade (Semob) Transalvador Secretaria Municipal de Saúde de Salvador Salvamar Sedur Codecon Limpurb Tema e Reflexão Social Com o tema “Envelhecer sem vergonha. Com orgulho!”, a edição de 2025 convida a sociedade a refletir sobre as questões enfrentadas pela população LGBTQIAPN+ idosa, como o preconceito, a invisibilidade e a luta pelo reconhecimento do direito à dignidade em todas as fases da vida. O evento promove um espaço de inclusão, representatividade e celebração em um clima de festa, resistência e afirmação. A caminhada reunirá milhares de pessoas, com concentração a partir das 12h e desfile dos trios às 15h. Programação e Importância A programação contará com: Trios elétricos Apresentações artísticas Mensagens de luta pelos direitos humanos Homenagens especiais Reconhecido como um dos maiores atos públicos em defesa dos direitos humanos no Brasil, o 22º Orgulho LGBT+ da Bahia reafirma o protagonismo do estado e da capital em iniciativas pela equidade e respeito à diversidade. Serviço Data: 14 de setembro de 2025 (domingo)Horário: Concentração: 12h Desfile: 15h Local: Circuito Barra/Clube EspanholRealização: Grupo Gay da Bahia (GGB)Patrocínio: Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e InterPride
Relatório de Midia Julho

Violência Letal contra LGBTQIA+ no Brasil Evidencia Emergência por Políticas Públicas e Resistência da Comunidade 03 de agosto de 2025 — Brasil O Brasil continua sendo palco de uma grave crise de violência contra a comunidade LGBTQIA+, como demonstram os dados recentes divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Em julho, vários episódios trágicos reforçaram a vulnerabilidade dessa população e acenderam um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e ações de conscientização. Dados Que Alarmam – De acordo com o Dossiê 2024 do GGB, o Brasil lidera as estatísticas globais de mortes violentas contra pessoas LGBTQIA+. Somente no ano passado, foram registrados 291 assassinatos, sendo 117 contra travestis e mulheres trans e cinco contra homens trans. Essas mortes configuram violência letal alimentada por preconceito, transfobia e homofobia, colocando o Brasil no topo dos países mais perigosos para a comunidade LGBTQIA+. No último mês, casos de destaque evidenciaram esse quadro brutal: Dados preocupantes do GGB indicam que, a cada 28 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é assassinada no Brasil, evidenciando a necessidade de monitoramento contínuo e respostas imediatas. Resistência, Memória e Diversidade – Apesar do cenário desafiador, a comunidade LGBTQIA+ tem se mobilizado em prol da visibilidade, resistência e celebração cultural. O Grupo Gay da Bahia, pioneiro na defesa dos direitos LGBTQIA+ no país, tem encabeçado iniciativas transformadoras, como: Exposição “Envelhecer sem Vergonha e com Orgulho” (8 a 30 de setembro): A iniciativa em Salvador homenageia histórias de vida de pessoas LGBTQIA+ idosas, promovendo a reflexão sobre memória, longevidade e orgulho em meio à discriminação. Parada da Diversidade de Teresina 2025: O evento destacou a importância de espaços inclusivos, reforçando a luta por igualdade no Brasil diante de um histórico constante de violência. Guia Ético-Equitativo, abraçado recentemente por órgãos federais, que visa melhorar a inclusão da população LGBTQIA+ nas estruturas sociais e governamentais. Essas ações são uma resposta à violência persistente, criando um espaço para resistência e amplificação das vozes da comunidade LGBTQIA+. O Papel das Políticas Públicas -Embora os movimentos sociais estejam à frente nas lutas pela inclusão e segurança, a falta de dados oficiais sobre violência contra LGBTQIA+ sublinha um apagamento preocupante. Organizações como o GGB continuam a cobrar respostas do governo em forma de monitoramento confiável, combate ao preconceito e garantias de segurança básica. Além disso, a colaboração entre setores públicos e iniciativas da sociedade civil é vista como essencial para reduzir as estatísticas alarmantes. Sobre o GGB – Fundado em 1980, o Grupo Gay da Bahia (GGB) é a organização mais antiga da América Latina voltada para a defesa dos direitos LGBTQIA+. Reconhecido por seu trabalho pioneiro em monitoramento de violência, advocacy e promoção de eventos culturais, o GGB segue sendo uma voz crucial para visibilidade e igualdade no Brasil.
Exposição de Fotos LGBT 60+Lindes

Foto meramente ilustrativa Exposição Fotográfica “Envelhecer Sem Vergonha e Com Orgulho” – Celebrando o Orgulho e a Diversidade LGBT+ Da Redação O Grupo Gay da Bahia (GGB) têm o prazer de anunciar a exposição fotográfica “Envelhecer Sem Vergonha e Com Orgulho”, uma iniciativa vibrante e histórica que integrará a programação oficial da 22ª Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia e da 9ª Semana da Diversidade Cultural de Salvador. A exposição acontecerá de 8 a 30 de setembro de 2025, no Espaço Xisto Bahia, localizado na Biblioteca Central dos Barris, em Salvador. “Vamos, juntos, construir a história da resistência e celebrar o orgulho LGBT+! Na cidade” disse Marcelo Cerqueira, coordenador Executivo da Parada. Essa celebração única visa promover a visibilidade, memória e orgulho da comunidade LGBT+, por meio de fotografias que contam histórias individuais e coletivas, em um cenário rico de diversidade e resistência. No dia 8 de setembro, será inaugurada a exposição, ao passo que a tradicional Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia acontecerá no dia 14 de setembro, a partir das 14h, fortalecendo ainda mais a união e a luta por direitos. Convite à Participação Convidamos toda a comunidade LGBT+ 60+ a integrarem esta exposição enviando suas fotografias e compartilhando uma parte de suas vivências! Para participar, basta enviar uma fotografia em alta resolução, preferencialmente na posição vertical, em uma pose à sua escolha – seja individualmente ou acompanhado(a). As imagens selecionadas serão ampliadas nas dimensões de 60×80 cm, contando com uma reprodução profissional de alta qualidade e assinatura artística, fazendo parte dessa impactante exposição. Informações para Envio Os participantes devem enviar seus materiais para o e-mail: inf.grupogaydabahia@gmail.com, até o dia 15 de agosto de 2025. No corpo do e-mail, é essencial incluir as seguintes informações: Memória Afetiva Ao término da exposição, no dia 30 de setembro de 2025, cada participante poderá retirar sua fotografia impressa como uma valiosa memória afetiva de sua identidade e orgulho. Esta é uma oportunidade incrível para celebrar a diversidade de Salvador, preservar memórias da comunidade e reafirmar nosso compromisso com inclusão, respeito e visibilidade. Junte-se a nós e compartilhe sua história! Exposição “Envelhecer Sem Vergonha e com Orgulho”De 8 a 30 de setembro de 2025Espaço Xisto Bahia – Biblioteca Central dos Barris Telefone/WhatsApp de contato é: (71) 98843-0100
Réquiem a Preta Gil

RÉQUIEM A PRETA GIL: POR QUE OS BONS VÃO TÃO CEDO?
Com o coração em frangalhos, o Grupo Gay Bahia chora a partida de uma amiga inesquecível.
Imortal de Corpo Presente na (ABL)

IMORTAIS DE CORPO PRESENTE José Marcelo Domingos de Oliveira. Professor, doutor em Ciências Sociais, editor De vez em quando, a história nos envia um recado inesperado, desses que atravessam a epiderme do tempo e chegam direto ao coração de nossa cultura. Foi assim quando li uma mensagem recente de Luiz Mott, pioneiro do ativismo LGBT+ no Brasil, etnógrafo de almas esquecidas, cronista das minorias, poeta dos interditos. Mott, aos 79 anos, lúcido e incansável, perguntava a Lilia Moritz Schwarcz, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), intelectual respeitada e figura influente no mundo editorial, por que ele segue invisível às instituições que celebram a literatura e o pensamento nacional. Referia-se, claro, às Academias de Letras baiana e brasileira. A provocação não é gratuita. “Oi Lilia, tudo bem? Te vi agora na TV na posse da Ana Maria Gonçalves na ABL, elogiando ter ela um livro que foi tema de escola de samba. Se ter livro/personagem descoberto como enredo de escola de samba pode ser critério para se tornar imortal, euzinho tenho três”, escreveu. E enumera, com a ironia fina de quem conhece bem os becos da memória: Rosa Egipcíaca (1ª escritora negra), Esperança Garcia 91ª advogada do Brasil), Xica Manicongo (1ª transexual do Brasil). Três personagens negras, escravizadas, reconstruídas por sua pena incansável, devolvidas à história pelo esforço de um homem branco, gay e nordestino, que aprendeu cedo a dar voz ao que a sociedade tentou calar. Por que, então, Luiz Mott não está onde tantos o reverenciam? Por que a Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897 e a Academia Baiana de Letras, fundada em 1917, com seus fardões bordados e sua obsessão por cânones, ainda ignoram a obra monumental de um dos mais fecundos intelectuais do país? Luiz Mott não é apenas ativista. É autor de mais de trinta livros, entre eles “Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil” (1993; 2023), “Bahia: Inquisição e Sociedade” (2010) “O Lesbianismo no Brasil” (1987), “Sergipe Colonial & Imperial” (2008), entre tantos outros. Publicações que não apenas dialogam com o campo acadêmico da antropologia, da história e da sexualidade, mas inauguram campos de pesquisa, desbravam temas interditos, escavam silêncios seculares. É também cronista, memorialista, poeta. Seus textos em jornais baianos, como A Tarde, resistem ao tempo, pois nas entrelinhas lateja um estilo que mescla denúncia, lirismo e erudição popular. Sua escrita não é apenas informativa, mas transformadora. Seu trabalho com as personagens negras esquecidas pela historiografia oficial é comparável ao de historiadores consagrados internacionalmente. E, ainda assim, permanece à margem da legitimação simbólica. Enquanto isso, a mesma Academia que o ignora acolhe figuras como Maria Bethânia e Gilberto Gil, grandes artistas, sem dúvida, mas cuja presença foi reconhecida sem o mesmo escrutínio aplicado àqueles que ousam ser dissonantes. Não há disputa aqui entre música e literatura, mas entre critérios. Se Bethânia é o canto da língua e Gil, o ritmo da palavra, Mott é o corpo da memória. E não há língua sem corpo. Há algo de inquietante nessa recusa reiterada. Como escreveu em sua mensagem, o Departamento de Antropologia da UFBA, onde formou gerações de pesquisadores, também não o indicou ao título de Professor Emérito. A pergunta paira: é homofobia? Ou, talvez, o incômodo que a lucidez de Mott provoca, especialmente quando expõe os mecanismos de exclusão operando dentro das próprias instituições da cultura? O Brasil é mestre em transformar os vivos em fantasmas e canonizar os fantasmas como heróis. Luiz Mott, no entanto, está vivo, escrevendo, pesquisando, intervindo. É um imortal de corpo presente. Não se trata apenas de uma homenagem de fim de carreira, mas de uma reparação simbólica e de um ato de coragem institucional. Reconhecer Mott agora é um compromisso com a diversidade, com a memória crítica do país e com a pluralidade de formas de fazer literatura e pensamento. Seria um presente para todos nós, e para mim, em particular, que me honro como seu afilhado intelectual. Mais do que uma cadeira, Mott merece um trono entre os que refundam a literatura brasileira por outros caminhos, outras vozes, outros amores. Se a Academia deseja continuar a ser relevante, precisa ouvir quem ainda não foi ouvido. E, entre esses, Luiz Mott já grita há mais de meio século. Chegou a hora de escutá-lo.
Pré-Campanha da 22ª Celebração do Orgulho LGBT+ Bahia

Pré-Campanha da 22ª Celebração do Orgulho LGBT+ Bahia é lançada com o tema “Envelhecer sem vergonha, com orgulho!” A 22ª edição da Celebração do Orgulho LGBT+ da Bahia já começou a tomar forma e emocionar! Com o tema “Envelhecer sem vergonha, com orgulho!”, a pré-campanha da maior manifestação de diversidade e cidadania do estado está oficialmente lançada. Este ano, o foco recai sobre as vivências e resistências das velhices LGBT+, reforçando o direito à dignidade, ao afeto, à visibilidade e ao orgulho em todas as fases da vida. A celebração principal acontece no domingo, 14 de setembro de 2025, às 15h, no Farol da Barra, em Salvador. A concentração tem início às 12h, com shows no tradicional Palco da Diversidade armado no Largo do Farol entre os monumentos Edifício Oceania e o Farol, o percurso tradicional do Carnaval entre a Barra e Ondina, um espaço da cidade simbólico que há anos acolhe corpos, histórias e bandeiras diversas. As peças da pré-campanha retratam casais LGBT+ idosos em momentos de carinho, liberdade e plenitude, desafiando estigmas e apagamentos históricos que ainda cercam as velhices da nossa comunidade. As imagens circulam nas redes sociais e veículos de imprensa como um convite ao debate, à participação e ao reconhecimento da longevidade LGBT+ com respeito e visibilidade. A campanha oficial do evento está em fase de finalização pela agência baiana Propeg, com previsão de lançamento em agosto. A parceria entre a Propeg e o Grupo Gay da Bahia (GGB) é uma história de sucesso, já premiada nacionalmente. Em 2024, a agência venceu a categoria “Valor Social” da 46ª edição do Prêmio Profissionais do Ano, da TV Globo, com a marcante campanha “Demissão”, da 20ª Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia. O filme aborda a necessidade de ambientes inclusivos nas empresas. Neste ano, seguimos fortalecendo o protagonismo das populações LGBT+ mais velhas e celebrando a pluralidade das nossas trajetórias. O lema é claro: ninguém solta a mão de ninguém – nem aos 60, 70 ou 80 anos. Envelhecer com orgulho é um ato político! SERVIÇO Evento: 22ª Celebração do Orgulho LGBT+ da Bahia Tema: “Envelhecer sem vergonha, com orgulho!” Data: 14 de setembro de 2025 (domingo) Concentração: A partir das 12h Local da Concentração: Palco da Diversidade – Barra/Ondina Horário da Caminhada: 15h Ponto de Encontro e Largada: Farol da Barra https://www.instagram.com/reel/DL_c0MdNWrN/?igsh=a3o5NXg1N2I4cGx3
Domingo (6) Dois Bairros da Cidade Recebem Paradas LGBT+

Começa neste domingo o calendário de Paradas do Orgulho LGBT+ nos bairros de Salvador, com programação que se estende até dezembro A capital baiana inicia neste domingo (6 de julho) a sua tradicional maratona de eventos em celebração ao orgulho LGBT+, espalhados por diversos bairros até o primeiro domingo de dezembro. São mais de 50 eventos previstos, reunindo as comodidades para celebrar a diversidade com o apoio da Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal da Reparação, que acompanha todas as edições. Neste domingo, a programação será aberta oficialmente com a 2ª Caminhada da Diversidade de Mussurunga, conhecida como A Parada que Mussurunga abraça, a Caminhada que Mussurunga quer. A concentração está marcada para as 14h30, na Colina de Mussurunga, próximo ao Assaí. Entre as atrações confirmadas estão Léo Kret do Brasil, fazendo participação especial, Dinho Comunidade, Jully Mota e performances de música eletrônica a partir das 15h, na Rua Eurico Costa Coutinho, no Largo da Colina de Mussurunga. A Caminhada é organizada pela Associação Cores da Vida, fundada há três anos por Daiana Galiza, mulher trans e ativista com sala no Centro Social Urbano de Mussurunga, desenvolvendo projetos voltados para a população LGBT+. Daiana relata que a inspiração para criar a associação surgiu a partir da experiência vivida no grupo Adamor, em São Sebastião do Passé, reforçando a importância de ocupar espaços públicos e garantir visibilidade à comunidade LGBTrans. No mesmo dia, acontece também a 6ª Parada LGBT do Vale da Muriçoca, a partir das 14h. O evento contará com a abertura do DJ Edy Ferraz, shows completos de 7OCARO e do grupo Samba Comunidade, além da participação de Alves071. O evento terá ainda como madrinha oficial, Iana Care, e o padrinho, Marcelo Maia. O calendário dos bairros, que já faz parte da agenda cultural de Salvador, visa descentralizar as ações de orgulho LGBT+, promovendo cultura, arte, cidadania e fortalecendo a luta contra a discriminação. Além dos shows, trios elétricos e apresentações de drags queens, as Paradas dos Bairros também contam com rodas de diálogo e serviços de orientação em direitos humanos, ampliando o alcance das políticas públicas para toda a comunidade. A expectativa é de forte mobilização popular e grande público, já que os eventos reúnem, tradicionalmente, moradores, artistas locais, militantes e simpatizantes, consolidando Salvador como uma das capitais mais acolhedoras e plurais do Brasil. Serviço2ª Caminhada da Diversidade LGBT+ de MussurungaData: domingo, 6 de julhoHorário: a partir das 14h30Local: Concentração na Colina de Mussurunga (próximo ao Assaí)Atrações: Dinho Comunidade, Jully Mota e DJs 6ª Parada LGBT do Vale da MuriçocaData: domingo, 6 de julhoHorário: a partir das 14hLocal: Vale da MuriçocaAtrações: DJ Edy Ferraz, 7OCARO, Samba Comunidade e Alves071
Orgulho, acrobacia e resistência

Foto: Genilson Coutinho Orgulho, acrobacia e resistência: balizas gays e trans conquistam espaço no 2 de Julho, a data mais popular da Bahia Marcelo Cerqueira, @marcelocerqueira.oficial Por muito tempo, a imagem da baliza acrobática, aquela artista que se apresenta à frente da fanfarra ou banda marcial com giros, passos de dança e acrobacias, foi associada exclusivamente ao padrão feminino cisgênero. Mas esta tradição, profundamente arraigada nas apresentações do 2 de Julho, a data cívica mais importante para a história da Bahia, está sendo ressignificada. Cada vez mais jovens LGBT+, especialmente pessoas trans e travestis, encontram na figura da baliza um palco para brilhar, protestar e resistir, em perfeita sintonia com o espírito popular da festa. O 2 de Julho comemora a Independência da Bahia, que simboliza a vitória do povo baiano sobre o domínio colonial português após o levante popular iniciado em 1822. O movimento, liderado pelo povo simples, expulsou as tropas portuguesas, definitivamente em 2 de julho de 1823 consolidou a autonomia baiense. É um feriado carregado de sentimento de pertencimento e luta, por isso atrai multidões para as ruas, numa celebração marcada por cores, batuques, protestos, políticos, cabe tudo em nosso desfile com muita emoção. As balizas, tradicionalmente, são as estrelas dos desfiles, principalmente quando passam em frente à Igreja do Rosário, momento em que o público se agita e vibra com a beleza dos saltos, das poses e da elegância dos trajes. No entanto, nem sempre esse protagonismo foi garantido a pessoas gays, trans e travestis. Durante décadas, houve exclusão explícita de participantes LGBT+ sob argumentos de que adereços e movimentos femininos não combinariam com corpos masculinos. Eu só descobri esse mundo quando recebi a denúncia de um jovem homossexual, do interior da Bahia, que ensaiou toda a coreografia, mas foi impedido de desfilar porque era gay, logo o Grupo Gay da Bahia (GGB) entrou em ação. A partir de casos como esse, o movimento se mobilizou para garantir igualdade de participação em concursos, apresentações e campeonatos de bandas marciais e fanfarras. Hoje, após assembleias e mudanças de regulamentos, não há mais qualquer impedimento legal para que travestis e pessoas trans ocupem o posto de baliza acrobática. Foi uma conquista grande. Antes se perdia ponto por causa de acessórios considerados femininos, como leques ou decotes, usados por de sexo masculino atribuído ao nascer. Isso já caiu por terra, e hoje qualquer um pode ser avaliado pela técnica, independente do gênero. Na prática, as balizas gays e trans contribuem para revitalizar a tradição do 2 de Julho, trazendo novas coreografias, mais ousadia e uma presença que enriquece ainda mais a festa. Muitos profissionais do meio destacam que essas pessoas costumam ter desenvoltura, flexibilidade e criatividade impressionantes, atributos valorizados nos quesitos de avaliação de campeonatos de fanfarras. A baliza tem a função de encantar o público e ornamentar a apresentação, enquanto o balizador, figura geralmente masculina, atua como guia, comandando o passo, organizando o ritmo e a disciplina do grupo. Ambos são essenciais para a grandiosidade do cortejo, mas é a baliza que costuma roubar todos os olhares e aplausos do povão. Essa mudança de mentalidade também reflete um avanço civilizatório. O 2 de Julho, em essência, representa a resistência popular e a liberdade, valores que dialogam muito com a nossa luta por visibilidade, respeito e igualdade. Ver jovens gays e trans dançando, saltando e exibindo o seu talento no espaço público, local que antes eram excluídos, mostra que a Bahia, particularmente Salvador está dando saltos no compasso contra a discriminação e a favor da diversidade e inclusão. É de uma beleza plástica fascinante ver as balizas passarem desfilando vestindo trajes coloridos, com bastões adornados protagonizando performances incríveis que fazem o público vibrar como nunca. Esse fato demostra que a tradição ganhou novas expressões e personagens, conectando a ancestralidade da nossa independência do elemento português com os dias atuais de um Brasil que avança, ainda que lento na inclusão e no combate ao preconceito. Para as pessoas trans, assumir a baliza acrobática é mais do que desfilar. É protagonizar com a beleza de feminino e a alegria do povo, afirmando-se cada uma no espaço público e de poder. É, um grito equalizado de resistência, é a demonstração da força dos heróis da Independência da Bahia. No fim de tudo, a baliza acrobática, seja menina cis, gay, trans ou travesti, estão cumprindo o seu papel cívico de celebrar com arte a liberdade. E não existe palco mais maravilhoso para brilhar que 2 de Julho, cuidadosamente organizado pela Fundação Gregório de Matos da Prefeitura de Salvador.
GGB pede manutenção de condenação em caso de crime homofóbico contra impunidade

De camisa azul Herbert Moreira Dias, condenado por crime de homofobia. Manifesto do Grupo Gay da Bahia ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia em Defesa da Justiça e Contra a Impunidade nos Crimes LGBTfóbicos na Bahia O Grupo Gay da Bahia (GGB), organização histórica de defesa dos direitos humanos e da cidadania LGBTQIA+, vem a público manifestar sua preocupação com a possibilidade de reversão de uma condenação emblemática por crime homofóbico ocorrido no distrito turístico de Barra Grande, no município de Maraú (BA), em setembro de 2023. Na ocasião, as vítimas, identificadas pelas iniciais C.A.A.N. e L.M.B.M., sofreram agressões motivadas por orientação sexual, resultando em graves danos físicos e psicológicos. O autor do crime, Herbert Moreira Dias, foi condenado a seis anos de reclusão em regime fechado pela Vara Criminal de Itacaré, com sentença publicada em 26 de junho de 2025. Apesar da robustez das provas, incluindo testemunhos consistentes, laudos médicos e documentos que comprovam a motivação homofóbica do ataque a defesa do réu recorreu da decisão, buscando anular ou reduzir a condenação. Para o GGB, a tentativa de reverter a sentença representa uma grave afronta não apenas às vítimas, mas a toda a sociedade que luta pela igualdade de direitos. “O processo foi transparente e muito bem fundamentado, com provas fartas que demonstraram a brutalidade e a motivação discriminatória do agressor. A reversão dessa condenação seria um retrocesso perigoso e passaria a mensagem de que a violência contra pessoas LGBTQIA+ pode ficar impune”, afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB. O Grupo Gay da Bahia destaca ainda que a sentença cumpre integralmente os princípios legais, incluindo a individualização da pena e a gravidade concreta do delito, além de estar em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que equipara a homofobia ao crime de racismo. A entidade pede que o Tribunal de Justiça da Bahia mantenha a condenação, garantindo justiça às vítimas e reafirmando o compromisso constitucional de combate à violência motivada por preconceito. O GGB convida outros coletivos, militantes e a sociedade civil a permanecerem atentos e vigilantes, para que nenhuma forma de violência motivada por ódio seja tolerada ou negligenciada pelo Estado brasileiro. Mais informações:Grupo Gay da Bahia – GGBTelefone: (71) 98843-0100E-mail: ggbbahia@gmail.com
Homagem ao Tibira do Maranhão no Recife

O Projeto de Lei Ordinária 257/2023 do antes vereador e atual pré-candidato ao governo estadual Ivan Moraes (PSOL) foi aprovado na última segunda-feira (1). O parlamentar protocolou o documento na Câmara Municipal do Recife antes de cumprir a própria promessa de não permanecer no mesmo cargo após dois mandatos. Do Folha de Pernambuco O projeto visa instituir no Calendário Oficial do município o Dia em homenagem a Tibira Tupinambá que passará a ser comemorado no dia 17 de maio. A homenagem é direcionada para uma pessoa indígena da etnia Tupinambá, conhecida como Tibira do Maranhão. Em 1614, a Igreja Católica permitiu o assassinato desta figura histórica durante uma missão no Brasil devido a sua sexualidade e identidade de gênero. Os povos indígenas utilizam o termo Tibira para designar pessoas com manifestações de gênero ou sexualidades distintas. O caso é o primeiro registro de morte por LGBTfobia no país. Resgate Ativistas e pesquisadores que estão resgatando a memória de Tibira do Maranhão defendem o reconhecimento desta personalidade como mártir da população LGBTQIA+ .O professor da Universidade Federal da Bahia e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, impulsionou o resgate desta história com a publicação do livreto “São Tibira do Maranhão — Índio Gay Mártir” em 2018. A obra narra o caso de Tibira com base em documentos e relatos históricos sobre a execução efetuada pelas forças coloniais portuguesas. Além disso, o livreto contextualiza o caso no atual cenário da repressão à diversidade sexual no Brasil. O professor junto a diversos coletivos LGBTQIA+ promovem campanhas pela valorização de Tibira e por sua canonização simbólica como forma de denunciar a violência histórica e preservar a memória dessa figura emblemática na luta por direitos e reconhecimento. Tramitação O projeto de lei já foi aprovado pelos vereadores e agora aguarda sanção do prefeito João Campos para que a proposição seja oficializada. Caso a lei seja sancionada, o dia 17 de maio será comemorado anualmente como o dia de Tibira Tupinambá. Segundo o documento da proposta, a escolha deste dia ocorreu pela data coincidir com o “Dia Internacional Contra a Homofobia”.