Salvador, Bahia, 17 de maio de 2016 – Por LUIZ MOTT – Nos últimos tempos, alguns acadêmicos e militantes tem defendido a hipótese que a homofobia – hoje chamada de LGBTfobia, teria sido implantada no Brasil como “política de Estado” durante a ditadura militar. Ledo engano. Desde a Colônia, passando pelo Império, e sobretudo nos últimos anos, a discriminação aos LGBT sempre foi institucionalizada, percorrendo todos os estratos sociais. De norte a sul do país se ouve dizer “viado tem mais é que morrer!” ou, como repetiu o Deputado Bolsonaro, “prefiro meu filho morto do que gay!”
Apesar do Brasil ostentar um vibrante lado cor de rosa, com a maior parada gay do mundo, com um deputado gay assumido e célebres artistas assumidamente lésbicas, nosso país é marcado pelo vermelho sangue: a cada 27 horas um gay ou travesti é barbaramente assassinado, vítima de crime de ódio. Somos o campeão mundial homicídios homofóbicos, reforçados pela impunidade dos criminosos. Em 2016 foram documentados 318 assassinatos de lgbt e como mostra o site “Quem a homotransfobia matou hoje” https://homofobiamata.wordpress.com/ só nesse ano já foram assassinados 113 lgbt, 12 na Bahia, depois de S.Paulo (19 vitimas), o estado mais homofóbico do país.
“Tal barbaridade tem solução, diz o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB: educação sexual científica em todos os níveis escolares, equiparação legal da homofobia ao crime de racismo e políticas públicas eficazes em favor de mais de 10% dos brasileiros e brasileiras da tribo do arco íris, que já têm o direito de casar mais correm grave risco de vida de andar de mãos dadas pela rua”.
A propósito, foi o Grupo Gay da Bahia quem introduziu em 1982 no Brasil o termo “homofobia”, assim como a celebração do Dia Mundial contra a Homotransfobia.