Marcelo Cerqueira
@marcelocerqueira_marcelezza
Especial do Porta dos Fundos é conservador e ridiculariza gays, segundo Vincent Villari, para a Folha de São Paulo. Eu também concordo com o ensaio do jornalista e acho que, agora que passou a tempestade, é possível respirar e pensar um pouco melhor sobre tudo isso o que aconteceu, foi um susto. De hora para outra tínhamos que escolher um lado! Contra ou a favor.
O Especial de Natal Porta dos Fundos trás a personagem gay em primeiro plano. Jesus está em crise e resolveu fazer sobrevivência no deserto assim como o pessoal vai fazer vivência no Capão e fica por lá uma semana, lá ele conheceu Orlando (Fábio Porcht) que é o capeta. Subentende-se que o capeta seduziu Jesus e transou com ele. Isso quer dizer que o capeta é homossexual, sedutor, traiçoeiro e que tá influenciando Jesus para o caminho do mal, no filme o capeta é o gay do mal pronto para pevertir, ele faz isso todo tempo.
O texto é ridiculariza gays porque utiliza elementos da subcultura de um segmento assim também como elementos da estética e também da linguagem para fazer rir. Isso tá nos movimentos do corpo, vestes, cabelos e naquela forma rápida de dizer as palavas que só os gays têm, Porchat é bom observador. Eles pegam tudo isso e bota na tela como arte e como cinema, e de fato é arte e a cinema não podemos negar mas o que não entendemos é que isso causou ódio a elite heterossexual branca, não deveria.
Em tese o principal público prejudicado seria os lgbts e não os outros mas essa categoria preferiu se manter contra a censura e ao lado do Porta dos Fundos mesmo tendo restrição ao especial de Natal, por não se sentir representada, mais consciente que censura não.
E agora o que é que fica de tudo isto? eu acho que fica um desgaste, cansaço de todos lados.Fazer humor com as dores das minorias é sempre divertido. Com certeza Dona Hermínia não acha, A Minha Mãe é uma Peça é um Sucesso de bilheteria faz um humor inteligente e não ridiculariza ninguém. Ao Portas fica dica: é bom um upgrade!