Salvador, 23/03/21 – Uma denúncia, uma luta, um marco mundial! Essa foi resumidamente a trajetória de uma das maiores conquistas para a cidadania homo e bissexual no Brasil: a proibição das terapias de conversão também conhecidas como “cura gay”.
Em 22 de março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia publicava a Resolução nº 001/99, que estabelecia “normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual”.
Com a regra, o País tornava-se o primeiro do mundo a vetar aquela prática.
Mas o exemplo nacional ainda não se refletiu pelo planeta. Enquanto a comunidade arco-íris brasileira celebra 22 anos de regra que protege sua integridade psicológica e social, apenas outros dois países têm regras similares: Equador, a partir de 2014, e Malta, em 2016.
O grande responsável
Nas redes sociais, muitas vezes, é colocada a questão sobre quem foi a linha de frente da luta pelos direitos LGBT.
As loas no caso do veto no Brasil à terapia de conversão devem ir principalmente a um lutador que, como se diz, deu a cara a tapa: o antropológo Luiz Mott.
Dono de possivelmente do maior arquivo histórico do ativismo homossexual no País, o presidente emérito do Grupo Gay da Bahia (GGB) lembra de como foi iniciada essa jornada.
“Em 11 de julho de 1998, o jornal Folha de São Paulo publicou reportagem intitulada ‘Encontro em Minas quer ‘curar’ homossexuais’, em Viçosa, Minas Gerais”, lembrou Mott ao Guia Gay.
Tratava-se do III Encontro Cristão sobre Homossexualidade – realizado em 1998, com a colaboração do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos.
Como tentativa de frear essa prática, Mott comunicou o Conselho Federal de Psicologia, instância máxima de regulamentação do exercício profissional na área, a respeito desses eventos, muitos deles envolvidos em torturas físicas e psicológicas.
O documento enviado ao órgão era acompanhado de relatos coletados pelo ativista de pessoas que tinham passado por tais centros de ‘cura’.
Leia reportagem na íntegra no Guia Gay Salvador (https://www.guiagaysalvador.com.br/noticias/cidadania/luiz-mott-o-ativista-que-deu-a-cara-a-tapa-pelo-fim-da-cura-gay-no-brasil)