Da Redação da GGB
Pouco se sabe sobre a vida privada de Floripis, essa figura enigmática e de força silenciosa que marcou a cena cultural de Salvador nas décadas passadas. Onde morava ou quais eram suas origens permanecem um mistério. E talvez essa aura de anonimato tenha tornado sua presença ainda mais emblemática. Quase sempre silenciosa, Floripis não se dirigia às pessoas e apenas se deixava observar nas ruas e nas bancas de revistas da Rua Chile, onde, parada, folheava as páginas com uma tranquilidade que contrastava com a efervescência ao seu redor.
Embora tímida, Floripis carregava consigo uma força latente, que se manifestava em sua postura e na maneira como desafiava as normas de uma sociedade conservadora. Em tempos de intolerância e discriminação, especialmente contra expressões de gênero não convencionais, Floripis se destacava como um símbolo de resistência. Seu traje e suas flores na cabeça – talvez o motivo de seu nome – davam um toque poético ao cenário urbano e chamavam a atenção de quem a via.
A figura de Floripis transcendeu a curiosidade momentânea e tornou-se uma lembrança forte para os habitantes de Salvador, especialmente nas festas de largo, como a Festa da Conceição da Praia em 1979, onde sua presença era notada e admirada. Mesmo em silêncio, Floripis transmitia uma mensagem de coragem e autenticidade, abrindo caminho para a aceitação e visibilidade LGBT+ em um tempo onde a repressão era intensa. Se sabe alguma informação sobre esse ser de luz, fala pra gente.