Salvador, 18 de março 2021 – Foi o viado que deu! O Grupo Gay da Bahia recebeu um pedido para denunciar essa música. Não há motivo para espanto. O pagode Baiano, como estilo musical, é escrachado na linguagem e, algumas vezes, engajado com causas sociais.
“Foi o viado que deu” , lançamento do grupo de Rapha Raynner pode provocar polêmica e até o que se chama de “mimimi” nos meios ativistas da causa LGBTQTI+, mais radicais.
Aliás, chamar de “viado”, “bicha”, “sapatona”, ou o que o valha, foi estratégia inicial do movimento para “esvaziar” o caráter pejorativo dos termos usados como insulto, isso foi verdade, não foi fácil, mas verdade!
Sociologicamente, sendo assim, o viado dá porquê, como segmento social marginalizado, aprendeu a solidarizar-se com outros grupos também discriminados e oprimidos.
E, em se tratando de namorados ou eventuais parceiros desprovidos de meios (vivemos num país de pobres) o altruísmo fala mais alto, sempre, é comum mimos em qualquer tipo de relação.
Ainda que possa vir a ser vítima, não é a carência que torna o viado numa “presa fácil” mas a existência de gente inescrupulosa, que vê isso uma oportunidade.
Prostituição é outro assunto. Também não seria tabu ou motivo de chacota. É uma profissão digna e, em muitos países, regulamentada.
Paga quem pode e gosta. Sabem por quê o viado dá? Porquê o viado é do bem, gente, tem uma humanidade que vai muito além.
E ainda dá mais: carinho, colo, amor e beijinho.