A pernambucana Kamylla Silva, de 30 anos, mulher trans foi classificada em primeiro lugar sendo a vencedora do Concurso Nacional de Fantasia Gay do Carnaval de Salvador realizado na noite de ontem (12), segunda-feira, 21h, na Praça Municipal, Centro.
Pelo segundo ano consecutivo, ela venceu na categoria luxo, dessa vez com uma fantasia de 60 quilos de pedras, adereços como plumas, lantejoulas e penas de faisão, conquistou o prêmio de 9 mil, vestindo Malévola principal vilã do filme “A Bela Adormecida” da Disney, escolha acertada da campeã, que curte os últimos dias da folia, como se diz “de boa”.
O segundo lugar foi para a carnavalesca Sandra Farias, 42 anos, mulher trans também de Pernambuco, que recebeu o prêmio de 8 mil, já o terceiro lugar, a premiação de 7 mil ficou com o baiano de Juazeiro, o carnavalesco Geraldo Pontes.
O primeiro lugar na categoria originalidade venceu Michele Almeida, 28 anos, mulher trans natural de Recife, Pernambuco, recebendo prêmio de 7 mil. Apresentou a alegoria de uma bruxa que mexia um caldeirão e a noite se transformava em uma terrível aranha.
O pernambucano Severino Queiroga, ficou no segundo lugar e levou o prêmio 6 mil com a alegoria dedicada ao Bloco Olodum. O carnavalesco idealizou para o Concurso, a fantasia Cantos e Encantos dos Oloduns, em homenagem ao grupo baiano Olodum, trazendo o lixo para o luxo, representando pobreza, fome do pescador, desaparecimento dos peixes e crustáceos, que servem de alimentos para a população indígena e afro-brasileira.
Com a fantasia “Os Anjos Feriram-se”, trazendo o tema da guerra de Israel e Palestina, Antônio Matos, 38 anos, de Petrolina, Pernambuco, ganhou o terceiro lugar com premiação de 5 mil. Ao todo o Concurso teve 11 fantasias originalidade e 08 fantasias de luxo de grande porte.
Rainha e princesas do Carnaval LGBT de Salvador são eleitas
Segunda-feira (12), 16h, foi realizada a II Edição do Rainha LGBTRANS do Carnaval de Salvador, na praça Municipal com a finalidade de escolher a corte feminina formada por rainha e duas princesas.
A jovem trans Nola Criola, 29 anos, mãe, casada, formada em Dança pela Universidade Federal da Bahia, moradora do bairro de Pirajá, foi eleita rainha, recebeu faixa, coroa e um prêmio no valor de 2.500 mil.
Além de ser uma atividade festiva, o título ajuda a abrir espaços de palavras e respeito para a comunidade LGBT em Salvador. “É uma responsabilidade grandiosa que eu pretendo levar com seriedade, estou emocionada principalmente sendo uma travesti preta assumindo tal cargo” disse Nola.
Ainda garantiu a presente não só no carnaval, mas em todas agendas políticas de reparação para que mais travestis e trans possam ter seus direitos assegurados e para reavivar a felicidade de sermos como nós quisermos ser!
Performance vencedora!
Nola é uma Travesti preta, onde dos seus 25 anos 10 estão preenchidos pela sua carreira nas artes, vinda do interior da Bahia trás consigo a força das terras áridas da mãe sertão e toda sua ancestralidade africana diásporica resgatado ao longo dos 8 anos que vive salvador , além de performer e dragqueen ela é dj, estudante da universidade federal da Bahia no curso de dança, mãe da grande Casa Criola dentro da cena ballroom soteropolitana e agitadora cultural das noites de salvador, Nola representa a luz solar irradiante do carnaval de salvador e a força de uma mulher trans preta nordestina com referências a música faraó da incrível Margareth Menezes
Jackellyne Santos Coelho, 37 anos, trans, do bairro 7 de abril, foi eleita a segunda princesa, recebeu prêmio 1.500 mil. Ela gosta sempre de sorrir, dançar, sagitariana com o coração aberto para amor ao próximo. A primeira princesa é Havena Drumond, 27 anos, do bairro de São Cristovam do Aeroporto, recebeu uma tiara em um cheque no valor de 1.900 mil.
Dez candidatas participaram do evento, cada uma com uma entrada de 5min na passarela executando um número autoral, sob avaliação do corpo de jurados habilitados para a função. A organização adianta que em 2025 vai descolar a Rainha do tradicional Concurso de Fantasias e fazer um evento exclusivo. Entre os jurados Lizi mãe da cantora Majú e o escritor, jornalista e ex-deputado Federal Jean Wyllys.
Os eventos têm por finalidade promover direitos, arte e a cultura LGBT no momento do Carnaval de Salvador, conhecido nacionalmente por ser um destino que acolhe e abraça a diversidade.
É uma realização do Quimbanda Dudu e logística do Grupo Gay da Bahia, contou com apoio da Prefeitura do Salvador através Empresa Salvador Turismo (Saltur).