Salvador, 22 de dezembro 2021.
A Aliança Nacional LGBTI+ vem a público manifestar-se acerca dos ataques que membros da Anvisa vem sofrendo.
Na noite de quinta-feira dia 16/12, horas depois da aprovação do uso da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, o líder do poder executivo federal pediu que fossem divulgados os nomes dos envolvidos na decisão em umas de suas corriqueiras lives realizadas nas redes sociais. Tal atitude provocou mobilização de ativistas políticos extremistas de modo a destilarem ódio e realizarem ataques aos profissionais da Anvisa.
O fato narrado carrega consigo agravante inadmissível, tendo em vista que tal atitude originou-se de uma autoridade da República, autoridade esta da qual se espera o dever de zelar pela paz, pela saúde pública e pelo cumprimento das decisões da Administração Pública.
Mister se faz ressaltar que neste cenário pandêmico vivido pela humanidade apenas em 2020 foram registrados 1.207 óbitos nessa faixa etária abaixo dos 18 anos, sendo 110 entre recém-nascidos com menos de 28 dias de vida e aproximadamente 565 na faixa etária a qual a vacina foi aprovada.
A vacina em questão, aprovada para uso em crianças tem dosagem e composição diferentes daquela utilizada para os maiores de 12 anos que vem sendo aplicada atualmente no Brasil, sendo de extrema importância considerar então todos os fatores científicos para a construção de qualquer consenso ou opiniões a respeito do tema.
A partir de sua fundação em 1999, tivemos por muitos anos uma relação difícil com a Anvisa acerca das então restrições à doação de sangue por gays, trans e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), a tal ponto que tivemos que fazer litigância estratégica no Supremo Tribunal Federal que resultou no fim dessas restrições. Mas essas são águas passadas. Em seguida, tivemos a oportunidade de trabalhar em parceria com técnicos da Anvisa na elaboração de novos materiais de orientação sobre doação de sangue e a relação com a Agência se tornou positiva.
Neste momento em que a Anvisa está sendo injustamente atacada, a Aliança Nacional LGBTI+ não mede esforços em se solidarizar com todos os colaboradores que estão sendo perseguidos, rogando assim aos órgãos responsáveis que apurem de forma célere e imparcial os fatos, a fim de que os responsáveis por tais ameaças sejam punidos com o rigor da lei, além de garantir assim proteção dos servidores e seus familiares.
Curitiba 21 de dezembro 2021
Toni Reis
Diretor Presidente da Aliança Nacional LGBTI+
Gregory Rodrigues Roque de Souza
Coordenador Nacional de Comunicação da Aliança Nacional LGBTI+
Coordenador Estadual Titular da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais
Robson Sangalo
Coordenador Adjunto de Comunicação da Aliança Nacional LGBTI+
Coordenador Adjunto da Aliança Nacional LGBTI+ em Pernambuco
João Renato Leone
Âncora e Colaborador da Área de Notas e Moções da Aliança Nacional LGBTI+
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Sobre a Aliança Nacional LGBTI+ – A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com representação em todas as 27 Unidades da Federação e representações em mais de 300 municípios brasileiros. Possui 56 áreas temáticas e específicas de discussão e atuação. Tem com missão a promoção e defesa dos direitos humanos e da cidadania da comunidade brasileira de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos (LGBTI+) através de parcerias com pessoas físicas e jurídicas. A Aliança é colaboradora do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+. É pluripartidária e atualmente tem mais de 2000 pessoas físicas afiliadas. Destas, 47% são afiliadas a partidos políticos, com representação de 30 dos 33 partidos atualmente existentes no Brasil. No momento suas parcerias com pessoas jurídicas somam 89 ONGs, empresas e outras organizações. http://aliancalgbti.org.br/
Conheça a Central de Denúncias LGBTI+ https://bit.ly/3mN8jOA