Salvador, Bahia, 30 de janeiro de 2016 – Do Grupo Gay da Bahia. O Grupo Gay da Bahia (GGB) considera que as mídias sociais é definitivamente uma realidade e que contribuíram de forma significativa para emancipação dos LGBTs em todos os sentidos, especialmente porque possibilita a comunicação interativa de pessoas, fazendo com que os indivíduos não se considerem sozinhos, e assim, de maneira espontânea, possam dialogar e trocar experiências, independentemente do tempo e espaço, bastando simplesmente estar conectado à internet, seja do seu computador ou de um aparelho celular.
O GGB considera que estas conquistas do universo virtual de comunicação devem ser preservadas e ampliadas, mas alerta para o uso responsável e os cuidados que os internautas devem ter ao usarem as redes sociais. Tudo que se publica e se fala está passível de ser publicizado e criticado. Opiniões formuladas que no passado eram resumidos ao grupo restrito de pessoas, agora tomaram dimensões planetárias e acessadas por pessoas que mal conhecemos ou nunca vimos, portanto, a invasão de privacidade é uma realidade muito praticada, sendo assim, todo cuidado é pouco quando o assunto é a publicação de pornografia, principalmente as vinganças por meio da divulgação de imagens e conteúdos de caráter íntimo e de um momento especifico da privacidade entre duas pessoas.
Muitos casais gostam de registrar os seus momentos íntimos, pois se trata de fetiche, prática essa muito salutar e que faz bem ao espírito, contudo, dado aos avanços tecnológicos cada dia mais feroz e dinâmico dos espaços virtuais de comunicação e de relações, essa prática pode se tornar uma armadilha para os internautas desavisados ou ainda para os migrantes digitais, esses que ainda não dominam por completo essas ferramentas, fazendo desse lazer quase inocente, depois em uma grande dor de cabeça. “Publicar fotos intimas dos outros além de ser perigoso constitui também expor a sua própria intimidade” alerta Marcelo Cerqueira presidente do GGB, que também é Conselheiro do Comitê Gestor de Internet do Brasil.
O professor baiano T.M.S, 45 anos, vive um relacionamento estável há alguns anos. Ele relatou que por ciúmes do parceiro após ler trechos de um dialogo do marido com outro homem, teve vontade de jogar a conversa nas redes sociais, mas considerou. “Peguei uma conversa, com foto, do meu namorado com outro, fiquei cheio de ódio e me deu vontade de expor o outro por ser pessoa pública, mas acabei apagando” disse ao mesmo tempo que demostrou arrependimento de ter bisbilhotado o aparelho celular do parceiro
Divulgar situações ou intimidades alheias sem os devidos consentimentos certamente se tornará um convite a ter sérios problemas com a justiça e ou a polícia, pois tais práticas tendem a evoluir para situações de violências das mais diversas, inclusive homicídios. Ultimamente anda muito em voga a prática de “pornografia da vingança”, quando o indivíduo que é detentor da imagem, seja ela qual for, principalmente as íntimas, faz a divulgação, tornando-a pública para se vingar de alguma situação ou mesmo exibi-la como troféu aos outros, enviando esse material por WhatsApp, telegrama e facebook, nesse caso muitas vezes usando um perfil falso, conhecido como fake o que dificulta o trabalho de investigação da Delegacia de Combate aos Crimes Virtuais.
A entidade recebeu neste último ano três casos que relatam este tipo de situação, fatos esses que infelizmente terminaram com desfechos violentos e graves. Portanto, diante desse problemática o GGB resolveu fazer esse alerta aos LGBTs, pois o assunto é de extrema gravidade.
Nesses tempos atuais onde as pessoas não se relacionam necessariamente por desejo sensual, mas também por outros interesses a entidade alerta para a importância de desligarem os celulares ou ficarem atentos para esse tipo de modalidade quando estiverem em seus encontros íntimos, medidas essas que certamente evitará futuros constrangimentos. Portanto, “ Não se deve permitir ser filmado, fotografado em situações de intimidade sexual”, orienta Cerqueira e segue informando que esse material uma vez publicada não terá mas como reverter os danos causados, comprometendo assim a honra da pessoa exposta.
Esse tipo de postura é importante porque contribuiu para diminuir a circulação de conteúdos obtidos por meios de ação desumana, esse tipo de postagem, uma vez nas redes, torna-se material para o site de pornografia no mundo todo, carregando os mais diversos nomes, tipo: “caiu na net, sexo amador, flagras, vídeos caseiros, sexo no WhatsApp”, possuindo valor especial por ser considerado amadora e bem próximo da vida real.
O GGB alerta, por segurança que os LGBTs devem resistir a tentação da filmagem, guardando esses momentos na memória, e que ainda, se gravar, filmar ou fazer áudio, evite portar tal conteúdo na memória de seus aparelhões de telefonia móveis, porém se for irresistível de não o fazer, que o faça de preferência nas partes do corpo onde não haja a possibilidade de identificar a pessoa, ainda evite situações com menores de dezoito anos de idade.
O alerta também lembra que nesses casos, divulgar imagem de pessoas sem as devidas autorizações é conduta reprovável, é crime previsto por Lei. Considerando os últimos relatos que indicam pornografia da vingança, onde a pessoa busca se vingar do parceiro ou amante, casos envolvendo violência grave, inclusive morte. O GGB buscou ouvir membros especialistas nesse tipo de universo e identificou algumas dicas para viver os benefícios das redes, fazendo uso consciente, confira.
Algumas dicas, anote aí!
– Colocar uma senha no aparelho celular, em que seja difícil decifrá-la;
– Sempre que for desbloqueada, nunca faça em público. Não compartilhe sua senha com ninguém;
– Nos celulares modernos, há dispositivos para apagar os dados remotos. No caso de perda ou do celular localiza o sinal e seu banco de dados, e rastreei o celular à distância, dê um comando e o celular apaga tudo. Na hora da compra habilitar esse serviço;
– Não usar computador de terceiros, a pessoa não sabe quais os cuidados que terceiros possuem com o computador, eles podem gravar as senhas, por exemplo. Quando sair certificar-se que o computador foi desligado, nunca feche apenas o navegador feche todos os aplicativos ativos. Não é raro abrir um computador e encontrar mídias sociais aberta, por esquecimento ou por falta de manejo no encerramento da navegação;
– Foto íntima, tirada no celular, disponibilizar na nuvem, ou no computador, sempre salve em outro local, e apague a copia do celular, faça isso um hábito se você realmente curte esse tipo de coisa;
– Se for foto íntima, acautele-se e nunca tire em aparelhos de terceiros, elas geralmente não apagam-se sem usar comandos específicos para essa função, ficam na memória do aparelho;
– No momento íntimo solicite que o parceiro guarde o aparelho celular em um bolso, ou em local afastado, peça-o que coloque no silencioso para não atrapalhar com chamadas, ou mensagens;
– Se isso é um fetiche importante para o casal, lembre-se que você não pode disponibilizar para fora a privacidade dos outros, fotos, vídeos e áudios íntimos, evasão de privacidade;
– Nunca faça esse conteúdo sem autorização da pessoa. Se ela autorizar, considere isso como um segredo, uma demonstração de cumplicidade do casal, não sendo possível a sua divulgação em nenhum meio. Entretanto, preserve a exposição da imagem de crianças e adolescentes, evitando esse tipo de contato;
– Resista a tentação, esqueça o celular na hora da transa. Se isso é um fetiche do casal, pactuado, prefira registrar partes do corpo que não podem ser identificadas. Evite rosto, tórax, cicatrizes, tatuagens, marcas do corpo, cabelos, etc; As exposições dessas intimidades acabam por destruir a vida das pessoas vitimas, ou mesmo daquelas que são autoras, em reação da má fama adquirida pela vitima pela exposição de sua intimidade.