Salvador, Bahia, sábado, 7 de maio de 2016 – O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, afirma entregará nesta segunda-feira (9) um notícia-crime ao Ministério Público Estadual contra o deputado estadual Sargento Isidório (PDT). O motivo, segundo Cerqueira, são muitos, mas o fator determinante foi um vídeo divulgado em que o parlamentar aparece ao lado de uma idosa a quem chama de mãe e faz brincadeiras interpretadas pelo GGB como de mau gosto. O pedetista, no intuito de fazer uma homenagem pelo Dia das Mães de forma diferente, agradece-a por “não ser sapatona”, se não “eu não teria nascido”. “Isso é uma ignorância. Nenhuma mulher hoje precisa transar para ter filho, para isso existem meios de fertilização”, rebateu Marcelo Cerqueira em entrevista ao Bocão News. Em outro trecho, Isidório insinua que pega na parte íntima da mãe e leva ao nariz.
“Mais uma desse deputado sujo Sargento Isidório. Quer fazer humor lixo com o nosso povo, mas ele não é humorista, é deputado, por isso é necessário que se respeite e respeite os seus pares. Uma ofensa às mulheres, utilização de nome inadequado para se referir às mulheres lésbicas. Nada impede que as lésbicas deem luz a bebês, seja por relação sexual ou por outros meios de fertilização. Mas, sem dúvida ele se refere a essas mulheres como infértil de forma premeditada dando segmento a sua campanha caluniosa contra os LGBTs. Uma pessoa como esta é indigna de ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia. Na segunda-feira, o GGB estará enviando ao Ministério Público a representação criminal”, avisou Cerqueira em publicação na rede social Facebook.
Segundo o presidente, uma nota técnica sobre o comportamento do deputado em relação à comunidade homossexual já vinha sendo feita desde antes, com vasto relatório sobre a mobilização que o parlamentar teve na discussão do Plano Estadual de Educação, contra o qual apresentou uma emenda pedindo a retirada dos termos gênero e diversidade sexual como temas de debate em salas de aula. “Não sabemos se isso é homofobia ou uma forma de promoção social, mas é preciso questionar esse tipo de tratamento do deputado a estas pessoas. Seria importante que outras entidades também se manifestassem. Esse homem tem que ter um freio. Ele acha que não tem limites”, avaliou Cerqueira.