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GGB, 42 anos de Lutas


Por Vinicius Jacob


A canção “A Massa”, de Raimundo Sodré e Jorge Portugal, passa a mensagem do poder que as mãos têm de mudar e transformar as vidas das pessoas ao declamar da mão que “amassa a comida, esculpe, modela e castiga a massa dos homens normais”. Hoje comemoramos os 42 anos do Grupo Gay da Bahia, uma entidade de defesa dos direitos do LGBTs, que foi fundado no dia 28 de fevereiro de 1980, pelo antropólogo e professor universitário Dr. Luiz Morre.
Mas, o que tem haver as mãos com essa história? A mão que castiga foi o estopim para que outras mãos modelarem essa entidade que vem salvando vidas há exatos 42 anos. Conta o fundador do GGB, que em uma bela tarde estava com seu namorado, assistindo ao Pôr do Sol no Porto da Barra, quando foi suspendido por um homofóbico, que ao perceber que se tratava de um casal de gays, o agrediu com uma bofetada no rosto. Essa atitude violenta, da mão que agride, foi o estopim para a fundação GGB.
Em 1980, graças também a infame ditadura militar instaurada em 1964, a sociedade baiana vivia sob o espectro do medo, sentimento esse que moíam as esperanças de muitos, e principalmente dos LGBTs, considerados na época como cidadãos indesejados. Essa falta de visibilidade transformava de forma inconsciente essas pessoas, as tornando, “…mansos meninos domados, massa de medos iguais…”, impossibilitando assim, reações e lutas por dignidade e visibilidade.
Para terem uma ideia de como eram as perseguições e agressões, os travestis não podiam sair as ruas vertidas de mulher, que logo eram agredidas e perseguidas por populares e pela polícia, inclusive punidas com prisão, tudo em nome da moral e dos bons costumes.
Estimulados e reagido a esse clima de terror social, 17 pessoas entre estudantes, professores e jornalistas, se reuniram em um apartamento no bairro da Federação em pleno carnaval de 1980, e começaram a esculpir e modelar com suas mãos o Grupo Gay da Bahia.
Aquele “…gemido calado, a sombra do mal-assombrado é a dor de nem poder chorar…”, encontrou nessas 17 pessoas do brado forte para denunciar as barbaridades praticadas contra os LGBTs, violências essas que segundo o fundado do GGB, era, na época, uma política de estado.
Nesses 42 anos de lutas, o GGB, embora com muitas dificuldades, vem acumulando vitórias, salvando milhares de vidas, estimulando ações de combate a homofobia, e principalmente, sendo o principal responsável pelo direito de liberdade de expressão. Graça a essa atitude de combate a lgbtfobia, nenhum crime, que infelizmente ainda se pratica contra os LGBTs, ficam sem ser denunciados, e seus criminosos quando pegos, condenados pela justiça.
*Trechos da música “a massa” foi usada como referência.

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