Movimento contra a violência sexual acontece em Salvador
Ao longo do trajeto, houve três paradas do movimento: em frente ao mosteiro de São Bento e nas praças Castro Alves e Sé. No Terreiro de Jesus, nas escadarias da Catedral Basílica, militantes usaram o megafone para expressar sua solidariedade às mulheres. Marcelo Cerqueira, representando o Grupo Gay da Bahia (GGB), esteve no evento e defendeu a eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres.
A marcha teve ainda a presença da delegada Patrícia Nuno, vestindo calça jeans e um colete rosa Pink. A delegada, que ficou conhecida na Bahia como “Delegata”, andou com as mulheres até o Terreiro de Jesus e cumprimentou algumas lideranças femininas.
Durante o percurso, as militantes também explicavam o contexto da palavra vadia e diziam que a sociedade se escandaliza com a expressão, mas que não reage à violência contra o gênero feminino.
Outros estados – O protesto também aconteceu simultaneamente em 20 cidades do país. São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, entre outras capitais, fizeram parte do movimento internacional, que teve origem em Toronto, no Canadá.
Em entrevista à Agência Estado, Daniela Montper, uma das organizadoras da manifestação no Rio de Janeiro, afirmou que o protesto defende também o combate a toda forma de violência e abuso sexual contra meninas e mulheres; além de pregar a diversidade sexual. “Nenhuma pessoa deve ser discriminada por sua orientação ou identidade sexual”, reforçou. Outra bandeira dos participantes é a descriminalização do aborto.
No ano de 2011, cidades do interior da Bahia como Itabuna também participaram da mobilização.
Origem – Através de fanpages sobre a Marcha das Vadias em várias cidades, criadas no Facebook, os grupos militantes explicam o surgimento do movimento. De acordo com eles, a marcha teve início no Canadá, quando um policial, que dava palestra sobre segurança no campus de uma universidade de Toronto, afirmou que as estudantes deveriam evitar se vestir “como vagabundas” para não serem vítimas de assédio sexual ou estupro.
Após a declaração do policial, mulheres de Toronto e de vários países deram início a um movimento que luta pelo direito de serem donas de seus próprios corpos. O evento se espalhou pelo mundo, até chegar ao Brasil.