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GGB dá dicas práticas de segurança para LGBT no carnaval de Salvador: A lista curiosa e excêntrica orienta fazer “chuca” antes de sair e lógico usar camisinha, gel e pronto.

Foto meramente ilustrativa. 

Salvador, Bahia, sexta-feira, 00h30min, 9 de janeiro de 2018.  O carnaval de Salvador é a maior festa de rua do Brasil. A cultura, a música, a religiosidade, a mistura de raças, o molejo do homem baiano, tudo isso é singular. Salvador é diferente! Tipo assim, sei lá como, Salvador é uma cidade única e incomparável. Mas, convenhamos, isso não é novidade. Você já tem conhecimento disso tudo, não? Talvez, você também saiba que Salvador foi o berço da principal célula do ativismo gay no Brasil, o Grupo Gay da Bahia (GGB), criado em 1980. Ou que a cidade foi a primeira aprovar legislação de combate ao preconceito. Ou ainda que aqui viveu o primeiro governador geral denunciado à Inquisição Portuguesa por “sodomia”. Tudo isso é parte da história dessa cidade chamada Salvador.

Talvez o que você não saiba é que Salvador se tornou um destino de preferencia LGBT nacional e internacional; que, no Carnaval – uma das nossas principais festas populares – percebe-se a presença crescente e expressiva de gays, lésbicas, travestis e transgêneros de todas as partes do mundo. Essa presença massiva nas ruas, nos camarotes e em todos os espaços da folia é expressão da vida com a liberdade conquistada a duras penas e que não pode nem deve ser rechaçada pelo preconceito. Essa presença é um privilégio para a cidade, uma cor que se mistura com as tonalidades libertárias do carnaval de Salvador.

Pensando nessa população que chega a Salvador por ocasião do carnaval e para cerca de 10% dos habitantes da cidade que são LGBT, o Grupo Gay da Bahia (GGB), apresenta algumas dicas para orientar os foliões durante o Carnaval. “Já que o povo tá chamando o carnaval de gay, pensamos em dicas de segurança para nosso povo”, disse Marcelo Cerqueira, presidente da entidade. Confira as dicas:

 Se ligue, em tudo! 

  • Leve cópias autenticadas de seus documentos. Evite levar muitos documentos, mas tenha consigo o cartão do seu plano de saúde, caso haja necessidade.
  • Use pochetes dessas que se amarram na cintura. Nele, leve apenas o material citado acima e o dinheiro que vai precisar naquela noite, nada mais.
  • Evite demonstração em público com uso de celulares, maquinas fotográficas, filmadoras e outros equipamentos eletrônicos. Se for preciso usar o celular, faça-o em um local discreto.
  • Se precisar ir ao banheiro, dê preferência a usar aqueles que fazem parte do circuito de carnaval. Não se distancie muito do circuito, pois isso pode representar algum grau de perigo.
  • O circuito Dodô e Osmar (Barra-Ondina) é praticamente à beira mar. Desse modo, evite locais com pouca iluminação que dão acesso a praia, pois eles podem possuir algum grau de risco de furto, por exemplo. Não fique de bobeira contemplando o som das ondas e nem as estrelas do céu.
  • No final do desfile do bloco, redobre a sua atenção. Geralmente, as pessoas chegam com muita adrenalina e algumas fizeram uso de álcool, o que é compreensível, mas nos obriga a ter cautela. Sugere-se que você pare, respire e concentre-se no que vai fazer daí em diante. Por exemplo, em Ondina, no fim dos blocos, a iluminação no local já se destoa daquela do resto do circuito, o que pode favorecer algum risco.
  • Só use transporte público, táxi ou moto-táxi que esteja devidamente licenciado pela Prefeitura Municipal do Salvador. Evite usar transporte clandestino!
  • Se optar por chamar algum aplicativo que oferece serviço de transporte pelo celular, vá em local discreto, faça o seu pedido e em seguida guarde o seu aparelho. Evite ficar portando o mesmo.
  • Pegação cuidadosa. Ao longo do circuito Barra/Ondina, existem cerca de três pontos de pegação. Se cair na tentação, tenha cautela, não vá para locais sem iluminação e com pouca circulação de pessoas, como as pedras das praias, por exemplo. Além de incorrer no risco de cair ao mar, ser acertado por uma onda, existem alguns meliantes que podem se fazer confundir com “pegador” e acabar lhe roubando. Isso implica alto grau de risco.
  • Procure não voltar no lixo, altas horas da madrugada. Saia da folia em um horário que você possa pegar algum transporte com comodidade, sem precisar andar muito.
  • Durante a folia, procure se alimentar consumindo alimentos que contenha grande quantidade de fibras, evite frituras, comidas a base de azeite de dendê que podem, para quem não tem costume, causar desconforto estomacal. Ninguém merece ficar assim, não é isso? Então, resista! Depois da folia, se jogue no acarajé.
  • Mesmo que você tenha acabado de conhecer o boy no bloco, camarote ou circuito, se desenrole por lá mesmo, evite levar o desconhecido para sua casa.
  • A proteção de cada LGBT está na organização de todos, então procure cuidar do seu semelhante. Percebendo que ele está entrando em uma cilada, interaja.
  • Na paquera, vá com calma. Se perceber o “bofe escândalo” se exibindo sem camisa, primeiro olhe para ele deixando-o perceber que você o observa. Olhe e disfarce. Se ele retribuir, conquiste-o passo a passo. Não vá com muita sede ao pote. Mas, claro, avalie os riscos. Se tiver tudo tranquilo e favorável, dê logo a cantada de putona, assim, ele percebe que você é de atitude.
  • Vai rolar sexo? Não passe vergonha. Faça a chuca, use camisinha e passe gel! Passar cheque é coisa muito feia. Ninguém merece ser checado.
  • Quer mesmo fazer sexo oral? Use camisinha, não quer? Antes de cair de boca na folia, olhe bem de perto o folião, cheire e aperte. Vermelhão, erupções e odor? Se saia! Diminua os riscos.
  • Sexo em lugar público com expressiva passagem de pessoas é atentado, com menor de idade é problema, é chave, evite!
  • Problemas com abordagens policiais, não esconda que é gay, viado ou como queira se identificar. Revele-se!

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