CadÚnico Itinerante LGBT+

CadÚnico Itinerante LGBT+, destacando a importância do evento nos dias 13 e 14 de janeiro. O conteúdo é ilustrado com uma representação gráfica inclusiva de pessoas LGBT+ com elementos de celebração e visibilidade, como a bandeira trans. Descrição detalhada:Informações principais:Agendamento: (71) 3202-2750Endereço: Avenida Oceânica, nº 3731, Rio Vermelho, Salvador – BALocal: Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida BrunoA identidade visual utiliza cores suaves e símbolos representativos para criar um ambiente acolhedor e reforçar a inclusão.Logotipos: Centro Vida Bruno e Prefeitura de Salvador – Secretaria da Reparação reforçam a parceria institucional.Importância do evento:Facilitação do acesso a direitos: O CadÚnico é essencial para pessoas LGBT+ acessarem políticas públicas, como benefícios sociais e serviços de saúde. Descentralização do serviço: Com a modalidade itinerante, torna-se possível atender comunidades que encontram dificuldades de locomoção.Acolhimento e respeito: O evento reforça a importância de um espaço seguro e respeitoso, mostrando o compromisso da gestão com a população LGBT+. Combate à vulnerabilidade social: Fortalece a cidadania e contribui para a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Propeg ganha prêmio da Globo com campanha para Grupo Gay da Bahia; assista

A campanha “Demissão”, criada pela agência baiana Propeg para o Grupo Gay da Bahia (GGB), foi a vencedora da categoria Valor Social da 46ª edição do Prêmio Profissionais do Ano (PPA), que celebra talentos da publicidade nacional. O filme foi celebrado em cerimônia apresentada por Fabio Porchat e Juliana Alves, nesta quinta-feira (21), no Transamérica Expocenter, em São Paulo. Neste ano, mais de 800 trabalhos de todo o Brasil foram analisados, dos quais apenas 133 finalistas, em 20 categorias, foram escolhidos. O júri foi composto por 80 profissionais de publicidade e comunicação. “Demissão”, que já havia sido indicado no Shortlist do El Ojo 2024, festival que acontece na Argentina, reflete sobre o valor da diversidade no espaço corporativo, que não costuma ser visto como um local seguro e fácil de ocupar. A campanha foi criada para a 20ª Parada do Orgulho Gay da Bahia e retrata a transformação do profissional e do local de trabalho após reconhecer as pessoas como elas se enxergam. O filme de 1’30” apresenta uma profissional que passa pela transformação de gênero e impacta todo o ambiente. Fazendo alusão a uma “demissão”, a protagonista dá adeus ao seu antigo eu, iniciando uma nova jornada como ela mesma, acolhida pelos colegas. A cena final apresenta uma trilha sonora emocionante na voz de Ayô Tupinambá, artista que se identifica como travesti e regravou a canção “Inteire” especialmente para o vídeo. “Para contribuir com a sociedade, primeiro você precisa sentir-se pertencente a ela, e no trabalho não é diferente. A inclusão impulsiona não só o progresso social, como o corporativo. Ao apresentar uma protagonista que personifica a luta e a conquistas das pessoas LGBTQIA+ no cenário profissional, a campanha reforça que para fazer parte de algo, antes você precisa ser você”, reflete Emerson Braga, CCO da Propeg. Assista ao video
E não é mesmo!

Foto/reprodução Terra Produtor da banda Os Africanos diz que não é gay. A notícia que vem incendiando a mídia como o “super-herói Tocha das 72h” é, na verdade, uma besteira em termos de relevância, mas se configura como um crime de pornografia de vingança, tema que já abordei em postagem anterior aqui no site. MARCELO CERQUEIRA contato @marcelocerqueira.oficial O Perigo da Pornografia da Vingança Matheus, produtor da banda Os Africanos, passou a viver um verdadeiro inferno astral após o vazamento de um vídeo íntimo no qual ele supostamente aparece em cenas de sexo com outro homem. Ele afirmou que não é gay, e quem o conhece sabe disso. E não é mesmo! Não que ser gay seja uma classe superior, mas é diferente, senhores inquisidores. Isso foi um momento incauto! Vou explicar com parágrafos curtos para ser compreendido pela plebe rude. É importante que as pessoas entendam que a orientação sexual é definida pela atração afetiva, romântica e/ou sexual que uma pessoa sente. E não somente por práticas sexuais em si, que em casos como este, são secundárias. Fazer sexo com outro homem, independentemente do papel desempenhado na relação (ativo ou passivo), não define a orientação sexual de ninguém. Vivemos em uma época em que a sexualidade é marcada por enorme fluidez. É essencial ter empatia e respeito, e não supor a orientação sexual de ninguém. O que realmente importa é como a pessoa se identifica em termos de atração e afeto. Um homem pode se envolver em relações sexuais com outros homens por diversos motivos que não refletem, necessariamente, uma orientação homossexual ou bissexual. A curiosidade sexual é uma característica comum entre os homens. Diferente das mulheres, eles parecem revestidos de teflon, e nada “pega” — exceto quando casos de vingança, como este, vêm à tona. Nos dias de hoje, especialmente nas metrópoles, isso pode ser entendido como curiosidade masculina em circunstâncias específicas, como sob efeito de álcool, ou até mesmo uma busca por prazer sem vínculo afetivo. Ninguém, além do próprio indivíduo, pode definir sua orientação. Ademais, considerando o ritmo de música extremamente sensual ao qual o tema está relacionado, toda essa repercussão e a tempestade de ideias conservadoras e preconceituosas são descabidas. Um amigo meu, há alguns anos, tinha um namorado muito bonito e, por isso, extremamente assediado por homens e mulheres. Ele já tinha filhos de relacionamentos anteriores com mulheres. Diferente de Matheus, cuja situação foi pontual, esse homem vivia com meu amigo e tinha também uma namorada. Certo dia, confrontado pelo casal, ele revelou: “Gosto dos dois. Não vou abrir mão de ninguém. Vocês que se entendam.” Moral da história: a namorada e o namorado chegaram a um acordo. Nos finais de semana, a moça ficava com ele. Segundo meu amigo, no final do ano, decidiram no par ou ímpar quem passaria o réveillon com Dom Ruam. A namorada dele chegou a comentar que também se relacionava com mulheres quando buscava algo mais delicado. Nenhum dos dois se sentia preso a definições. Agora Matheus será pai, e sua esposa está grávida. Espero que essa situação não afete o relacionamento deles. Quando duas pessoas decidem formar uma família, é fundamental que ambos aceitem a história e os antecedentes um do outro. Parte superior do formulário Parte inferior do formulário
Tudo é Verdade: Memória, Luta, Reparação e GGB

Da Redação / Marcelo Cerqueira @marcelocerqueira.oficial Entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, fui convidado pela professora Jucelia Santos, da Unilab, Comissão Organizadora e bolsista da Unifest para integrar mesa do Grupo de Trabalho Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em audiência pública no Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Fortaleza. Nessa iniciativa, o governo federal ouve relatos sobre violações de direitos humanos contra a comunidade LGBT+ a partir dos anos 1980 em diferentes regiões do Brasil.Durante minha apresentação, destaquei o crescimento de Salvador, cuja população passou de 655.735 em 1960 para 1.513.243 em 1980, sob o governo de Antônio Carlos Magalhães (ACM), que ocupou cargos de prefeito e governador. A cidade ganhou novas obras e intervenções, como o Jardim dos Namorados, criado em uma área antes ocupada de forma desordenada. O espaço tornou-se um ponto popular para encontros de interações sociais, sobretudo “para namorar” como disse o então prefeito. Hoje, o jardim reordenado pela prefeitura, carece de segurança, com relatos de violência que poderiam ser reduzidos com rondas policiais mais frequentes.Um marco histórico que ilustra o controle moral sobre a sociedade baiana foi a criação da Delegacia de Costumes em 1938, durante o governo de Getúlio Vargas, destinada a fiscalizar e reprimir comportamentos considerados “imorais”. Essa delegacia foi extinta na Bahia em 1976 pelo governador Roberto Santos e, no plano nacional, banida por Geisel em 1977. No entanto, o impacto da repressão nos corpos LGBT foi duradouro: os arquivos do Grupo Gay da Bahia (GGB) contêm imagens que evidenciam os abusos cometidos contra pessoas LGBT+ na década de 1970. Homens eram presos por “violação dos bons costumes” considerados fora dos padrões de gênero eram detidos, enfrentando discriminação e abuso policial. Travestis eram presas forçadas a limpar o chão da delegacia e submetidas a humilhações diversas. Essa repressão institucional reforça a importância da memória e da luta por justiça para as pessoas LGBT+, garantindo que o sofrimento e a violência sofridos não sejam esquecidos.Fundado na redemocratização do Brasil, o GGB surgiu sob a liderança de Luiz Mott, que desde então impulsionou a luta por direitos, como a revogação do CID 302.0, que rotulava a homossexualidade como um transtorno sexual. Essa conquista representou um avanço, eliminando o estigma nos serviços de saúde e promovendo políticas de saúde. A decisão abriu base legal para futuras legislações antidiscriminatórias e influenciou também a educação em saúde, orientando currículos e preparando profissionais para atender a comunidade LGBT+ com respeito e conhecimento.Em 1983, uma decisão histórica do Tribunal de Justiça da Bahia, proferida pelo juiz Gudsten Soares, autorizou o registro legal do GGB, permitindo que a organização atuasse com legitimidade. Essa sentença pioneira criou um precedente jurídico que permitiu a constituição de outras associações LGBT+ no Brasil, promovendo visibilidade e segurança para a comunidade. Com isso o GGB representou as demandas da comunidade com mais força e influenciou debates, novos ativistas e políticas públicas. A decisão do juiz reafirmou que a homossexualidade não é crime, contribuindo para o combate a LGBtranfobia institucional.A década de 1970 posicionou Salvador como um polo de efervescência cultural e de resistência LGBT+, simbolizada pela icônica boate Tropical, inaugurada em 1974. Seguidos décadas de 1980 e 1990 Salvador oferecia espaços públicos vibrantes, como o Beco dos Artistas e a Rua Carlos Gomes, que se tornaram pontos de encontro para a comunidade. A movimentação era tamanha que o GGB solicitava a prefeitura iluminação extra para a segurança desses locais. Em 2000, o GGB lançou um Guia Gay de 67 páginas, destacando a vasta quantidade de bares, saunas e boates que acolhiam o público LGBT+. Nessa época o grupo publicava o jornal Homo Sapiens, influenciado pela Folha de São Pulo, Erica Palomino, reproduzindo palavras e atitudes.A reparação e o reconhecimento do passado estão em curso em Salvador por uma gestão humanizada que a passos largos caminha para a completa inclusão. A cidade aprovou e colocou em funcionamento o Plano Municipal de Políticas e Direitos Humanos para a comunidade LGBT+, com ações transversais para todos órgãos, instituiu um equipamento de acolhimento que é Centro de Referência Vida Bruno, Programa de Combate a LGBTransfibia, Empresa Inclusa e Ambulatório Especializado em Saúde LGBT ênfase em pessoas trans, hormonioterapia.Esse avanço é fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham o direito de viver com dignidade.
LGBTransfobia é Grave Acidente de Trabalho

Foto/Uol/ meramente ilustrativa – mulher trans LGBTransfobia é Grave Acidente de Trabalho @marcelocerqueira.oficial * Na última quarta-feira, tive a oportunidade de participar da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT) realizada nas instalações da Embasa em Feira de Santana. Meu papel foi conduzir uma sessão de sensibilização sobre a LGBTfobia no ambiente de trabalho, destacando como o preconceito e a discriminação podem ser vistos como formas de “acidentes” não físicos que, como os acidentes tradicionais, causam danos reais e condenáveis à saúde mental dos colaboradores. Desde minha chegada, fiquei positivamente surpreso com o acolhimento dos colaboradores. Ao contrário de uma visão estereotipada que muitos podem ter sobre empresas do setor de saneamento, encontrei um ambiente acolhedor e colaborativo, onde o respeito mútuo parecia ser valorizado em tudo. Ficou evidente para mim que a Embasa não só investe em treinamento e desenvolvimento humano, mas também promove uma política robusta de inclusão, que incentiva o respeito e a valorização da diversidade entre seus colaboradores. Na apresentação, foquei em relacionar a LGBTfobia com um “acidente de trabalho” psicossocial. Expliquei que, assim como acidentes físicos podem ser evitados com medidas de segurança, a LGBTfobia também pode ser prevenida com práticas de inclusão e respeito à diversidade. Usar pronomes corretos quando interação com LGBTrans, ele, ela, elu. Os atos de preconceito, exclusão quando ocorrem afetam diretamente o bem-estar psicológico dos trabalhadores, causando desgastes emocionais que podem levar a quadros de estresse, ansiedade e, em casos mais graves, depressão. Esses “acidentes” impactam não apenas o colaborador que sofre a discriminação, mas também todo o ambiente organizacional, afetando a produtividade e rotatividade de funcionários. É urgente colocar esse tema na SIPAT, aqui algumas práticas para integrar a prevenção à LGBTfobia como um dos pilares de segurança no ambiente de trabalho. É essencial que todos, desde a alta administração até os níveis operacionais, sejam envolvidos em treinamentos sobre diversidade, focando na importância do respeito à orientação sexual e identidade de gênero de cada colaborador. A Embasa já vem demonstrando sensibilidade para esses temas, e treinamentos regulares fortalecem ainda mais a conscientização, consolidado um ambiente seguro e inclusivo. A constante sensibilização ajuda diminuir estereótipos e desconstruir preconceitos. Quando a empresa realiza essa ação soma a prática de inclusão, gera maior compreensão das realidades e desafios enfrentados por colaboradores LGBT+, algo que me impressionou pela forma respeitosa e acolhedora que observei entre os próprios funcionários. A experiência na Embasa reforçou minha crença de que a LGBTfobia deve ser encarada como um “acidente” psicossocial que afeta a integridade emocional e o ambiente de trabalho como um todo. Assim como nos preparamos para evitar acidentes físicos, precisamos investir na criação de um ambiente seguro para a diversidade, onde cada colaborador é respeitado e valorizado. Incluir a LGBTfobia na SIPAT e em outras iniciativas de segurança e saúde ocupacional é essencial para que o respeito à dignidade humana seja um princípio inegociável nas empresas. Com políticas inclusivas e ações de sensibilização, a Embasa já se mostra uma empresa preocupada em construir uma cultura organizacional mais saudável e produtiva, onde o respeito e a diversidade são elementos fundamentais. A prevenção de “acidentes” psicossociais como a LGBTfobia fortalece a responsabilidade da empresa e demonstra seu compromisso com um ambiente corporativo verdadeiramente inclusivo. A (SIPAT) Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, é um evento anual obrigatório em empresas que instituíram a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPAT), de acordo as normas do Ministério do Trabalho. A semana busca promover conscientização para a segurança no ambiente de trabalho, abrangendo variedade de pontos, como acidentes físicos até questões de saúde mental, diversidade e inclusão. Esse tipo de iniciativa é muito bom para o trabalhador, fortalecendo o entendimento do ambiente de trabalho seguro e saudável. Essa concepção vai muito além da ausência de riscos físicos, englobando o respeito, inclusão, diversidade e a dignidade de todos. *Coordenador do Programa Empresa Inclusiva. Selo da Diversidade LGBT+ É uma política pública criada pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação, e tem como objetivo fortalecer a diversidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros – LGBT+ no mercado de trabalho, através da assinatura de um Pacto de Compromisso entre a prefeitura e as organizações. Está com inscrições e as empresas não nada por participar. Mais informações:
Mutirão Identidade Cidadãs

O Ministério Público da Bahia promoverá o 9a. Mutirão de Inclusão: Identidades Cidadãs, no intuito de facilitar o acesso de pessoas transexuais, travestis, Intersexo e Não binária nos dias 23, 24 e 25 de outubro das 8:30 às 16:30, na Sede do MPBA, sede na Avenida Joana Angélica, n. 1312, salas 305/307, bairro Nazaré. Para realizar o pedido administrativo, a pessoa precisa ter mais de 18 anos, residir em Salvador há pelo menos 5 anos e apresentar os seguintes documentos: As demais certidões serão providenciadas pelas parcerias firmadas com o Ministério Público baiano. Nossos apoiadores: ✅ARPEN/Ba ( Associação dos Registradores)✅ Defensoria Pública da Bahia✅Salvador Norte Shopping;✅ Salvador Shopping✅ Atento Brasil S/A✅Faculdade Baiana de Direito✅ UNIFACs ( Projeto Observatório jurídico)✅Faculdade UNIJORGE ( Projeto Amado)✅Secretaria Municipal de Saúde/Salvador✅Secretaria Municipal de Reparação Salvador (Centro de Referência Vida Bruno)✅Ambulatório Multidisciplinar em Saúde de Travestis e Transexuais do CEDAP/CESAB✅Mães do Arco-íris✅Mães da Resistência✅Dois Terços
Pornografia da Vingança

APornografia da Vingança e o Uso Responsável das Mídias Sociais pela Comunidade LGBT+ Salvador, Bahia, 30 de janeiro de 2024 – Do Grupo Gay da Bahia (GGB). Marcelo Cerqueira @marcelocerqueira.oficial O Grupo Gay da Bahia (GGB) reforça que as mídias sociais são uma realidade consolidada e contribuíram significativamente para a emancipação das pessoas LGBT+ em diversos aspectos. Essas plataformas possibilitam uma comunicação interativa que conecta indivíduos, permitindo o compartilhamento de experiências, diálogos e construção de redes de apoio. No entanto, com a ampliação dessa conectividade, surgem desafios, principalmente relacionados ao uso indevido de conteúdos íntimos e à invasão de privacidade. O GGB celebra as conquistas trazidas pelo universo digital, mas alerta para a importância do uso responsável das redes sociais. Tudo o que se publica está sujeito à crítica e à exposição pública, e o que antes era restrito a grupos pequenos agora pode alcançar uma audiência global. Nesse contexto, a invasão de privacidade se tornou uma prática frequente, especialmente na publicação de conteúdos íntimos sem consentimento, fenômeno conhecido como “pornografia da vingança”. O Perigo da Pornografia da Vingança Muitos casais optam por registrar seus momentos íntimos como parte de fantasias sexuais, prática comum e saudável. Contudo, o compartilhamento de fotos e vídeos íntimos tornou-se arriscado com os avanços da tecnologia e a ampla acessibilidade dos espaços virtuais. O material íntimo, uma vez armazenado em dispositivos móveis ou na nuvem, pode ser exposto de forma indevida, especialmente em situações de término de relacionamento, tornando-se uma ferramenta de retaliação. Casos de “pornografia da vingança” envolvem a divulgação não consensual de material íntimo, com o intuito de humilhar ou punir um ex-parceiro. Essa prática é considerada crime no Brasil, conforme o artigo 218-C do Código Penal, e pode resultar em penas severas, incluindo prisão. A prática também causa danos emocionais profundos às vítimas, muitas vezes levando a desfechos violentos. Nos últimos anos, o GGB registrou diversos casos de membros da comunidade LGBT+ que foram vítimas de pornografia da vingança, alguns com desfechos trágicos. Além de ser um crime, essa prática é uma grave violação dos direitos de privacidade, deixando as vítimas expostas ao constrangimento público e à violência. Cuidado com a Exposição nas Redes A disseminação rápida de conteúdo íntimo pelas redes sociais, especialmente em plataformas como WhatsApp e Telegram, facilita a viralização de materiais comprometedores. Muitas vezes, os responsáveis pelo vazamento usam perfis falsos (fakes), dificultando o rastreamento pelas autoridades, o que agrava o impacto do crime. Diante dessa realidade, o GGB faz um apelo à comunidade LGBT+ para que tenha um uso consciente e seguro das mídias sociais, evitando situações que possam comprometer sua privacidade e segurança. A seguir, apresentamos algumas dicas essenciais para proteger sua privacidade e evitar consequências prejudiciais. 10 Dicas de Segurança e Privacidade nas Mídias Sociais Conclusão A pornografia da vingança é uma prática cruel que destrói vidas, carreiras e relacionamentos. Proteger sua privacidade e a dos outros deve ser uma prioridade. As redes sociais oferecem um espaço valioso para conectar pessoas e construir comunidades, mas também podem ser perigosas quando usadas de maneira irresponsável. O GGB reforça a importância de adotar uma postura consciente e cuidadosa no uso das redes, garantindo um ambiente digital mais seguro e acolhedor para todos. A mensagem do GGB é clara: respeite a privacidade dos outros e proteja a sua. Não exponha sua intimidade ou a de terceiros, e lembre-se de que uma vez que um conteúdo é publicado, não há como reverter os danos causados. Em tempos de alta exposição online, cada atitude conta para promover uma convivência mais respeitosa e segura.
Premiação

12º Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ celebra inclusão e respeito em Salvador A 12ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ irá realizar uma das mais importantes celebrações da diversidade nesta quinta-feira (5), às 15h30, no Espaço Xisto Bahia. Organizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), o evento reunirá mais de 30 homenageados de diversas áreas, todos reconhecidos por suas contribuições significativas para a inclusão e proteção da comunidade LGBT+ no país. Entre os agraciados desta edição está o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Luiz de Almeida, por sua notável contribuição por meio do “Prêmio Cidadania na Periferia”. Sob sua liderança, o ministério implementou o programa inovador, que reconheceu e apoiou iniciativas LGBT+ em comunidades periféricas, promovendo a inclusão social e a cidadania. Destaca-se também Emerson Ferretti, presidente do Esporte Clube Bahia, homenageado pela transformação do estádio de futebol do clube em um espaço seguro e inclusivo, livre de preconceitos. A iniciativa tem sido crucial para a promoção de um ambiente onde todos os torcedores, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, sintam-se bem-vindos e respeitados. Outro agraciado da noite foi Rogério Cedraz, presidente da Embasa, que foi reconhecido por adotar práticas inclusivas e apoiar causas LGBT+ dentro da empresa. Cedraz implementou políticas que promoveram a diversidade e garantiram que a Embasa se tornasse um exemplo de responsabilidade social e inclusão. Sob a sua gestão, a empresa passou a ser vista como uma referência no compromisso com a igualdade e a promoção de um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para todos. O setor corporativo também será celebrado, com Fábio Barbosa, diretor de Recursos Humanos da Dow Química, homenageado por políticas inclusivas e práticas de promoção da diversidade no ambiente de trabalho. Essas ações transformam a cultura organizacional da empresa e servem ao mesmo tempo de exemplo para corporações no Brasil e no mundo. No âmbito da segurança pública, o Coronel Paulo Coutinho, comandante-geral da Polícia Militar do Estado da Bahia, será agraciado pelo trabalho de capacitação de policiais para o combate às violações de direitos humanos, com foco na proteção da comunidade LGBT+. A capacitação é fundamental para garantir que a segurança pública atue de maneira eficaz e respeitosa, assegurando os direitos humanos. O evento ainda contará com apresentações musicais especiais, incluindo performances da soprano Ana Paula Barreiro e do barítono Marcelo Coutinho, acompanhados por um quinteto de cordas. A Semana da Diversidade Cultural de Salvador é realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), com patrocínio do Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Dow Química, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e Embasa, e apoio do Shopping da Bahia e Instituto Íris. Agraciados: Comitê Gestor da Casa da Mulher Brasileira Agraciadas: Ana Clara Auto de Oliveira (Coordenação de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher – SPM) e Lorena Amorim Bernardino (Coordenação de Políticas Temáticas para Mulheres – SPMJ) Comissão LGBTQIA+ do Tribunal de Justiça da Bahia Agraciada: Angélica Matos (Presidente da Comissão LGBTQIA+) Esporte Clube Bahia Agraciado: Emerson Ferretti (Presidente) Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências – EBMSP Agraciada: Allana Machado Costa (Coordenadora Geral) Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) Agraciado: Bruno Monteiro (Secretário de Cultura) Salvador Turismo (SALTUR) Agraciado: Isaac Chaves Edington (Presidente) Jornal Correio da Bahia Agraciada: Linda Bezerra (Redatora Chefe) SEBRAE Bahia Agraciado: Jorge Khoury (Diretor Superintendente) Grupo de Teatro Panaceia Agraciadas: Camila Guilera (Atriz e Dramaturga) e Elisa Mendes (Diretora) Fundação Gregório de Mattos (FGM) Agraciado: Fernando Guerreiro (Presidente) Dow Química Agraciado: Fábio Barbosa (Diretor de Recursos Humanos) Polícia Militar do Estado da Bahia Agraciado: Coronel Paulo Coutinho (Comandante-Geral) Atento Agraciado: José Manuel Borba (CEO) TRT 5ª Região Agraciado: Desembargador Presidente Muricy Andrade Embasa Agraciado: Rogério Cedraz (Presidente) Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR) Agraciada: Ivete Sacramento (Secretária Municipal) Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) Agraciado: Silvio Luiz de Almeida (Ministro) Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) Agraciados: Ricardo Zamora (Secretário-Executivo) e Fábio Meirelles (Diretor de Direitos na Rede e Educação Midiática) Petrobras Agraciada: Magda Chambriard (Presidente) Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia (Secom-BA) Agraciado: André Curvello (Secretário) Deputado Federal Bacelar (PV) Universidade Federal da Bahia (UFBA) Agraciado: Penildo Silva (Magnífico Reitor) Juiz Gudsten Soares (In Memoriam) Procuradora Márcia Teixeira (Ministério Público do Estado da Bahia – MPE/BA) Davidson Magalhães (Secretário da SETRE – Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte) Suzano Papel e Celulose Agraciada: Joice Grave (Coordenadora de Relações Corporativas da Suzano) Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03) SEPROMI Shopping da Bahia Dra. Patrícia Barreto Oliveira SEMUR Conselho Federal de Medicina
Workshop

Orgulho Jovem no Shopping da Bahia Por Marcelo Cerqueira Nos dias 5 e 6 de setembro de 2024, o Shopping da Bahia será palco do Orgulho Jovem dentro VIII Semana Diversidade de Salvador que antecede a 21º Orgulho LGBT Bahia que esse ano celebra a juventude. Orgulho Jovem, um evento de grande relevância que reúne a juventude LGBT+ em torno de debates essenciais para a promoção de direitos e visibilidade. Organizado pelo Grupo Gay da Bahia, tem como objetivo fomentar discussões sobre os desafios enfrentados pelos jovens LGBT+ nas áreas de trabalho, saúde mental, comportamento, autoimagem e educação. Programação e Importância do Evento O evento, que se estenderá por dois dias, será composto por quatro painéis temáticos, cada um abordando questões cruciais para a juventude LGBT+. Com a participação de destacados profissionais e ativistas, a programação workshop inclui debates que proporcionarão aos participantes uma visão abrangente sobre as oportunidades e desafios atuais. Na quinta-feira, 5 de setembro, a programação começa com o Workshop Orgulho Jovem/Painel I – Trabalho e Inovação: Desafios e Oportunidades para a Juventude LGBT+, das 10h00 às 13h00. Entre os convidados, estão Denilson Santana, vice-presidente do Conselho Estadual de Juventude, Filipe Oliveira, secretário da Juventude do PT-Salvador, Lucas Santos Melo, Social Midia e Adrian Santos Presidente da União Estadual dos/das Estudades. O painel será mediado por Natan Ferreira, presidente da União da Juventude Socialista na Bahia. Na parte da tarde, das 14h00 às 17h00, ocorre o Workshop Orgulho Jovem/Painel II – Comportamento e Autoimagem: Desafios na Era Digital, com a participação de Henrique Carbalal, jornalista e vereador de Salvador, e Tyfanni Conceição, madrinha do Orgulho. A jornalista e ativista antirracista Wanda Chase será a debatedora. Na sexta-feira, 6 de setembro, o Workshop Orgulho Jovem/Painel III – Saúde Mental na Juventude LGBT+: Estratégias de Cuidado e Resiliência abre a programação do dia, das 10h00 às 13h00. Dinsjani Pereira, assistente social e professora da UNIFACS, será a debatedora, com convidados como o psicólogo Elias Fernandes (CRP-03), Ângelo Boreggio, mestre em Direito pela PUC-SP e Erick Abad SMS. Encerrando o evento, das 14h00 às 18h00, acontece o Workshop Orgulho Jovem/Painel IV – Educação LGBTrans: Ingresso, Permanência e Formação no Ensino Superior, mediado novamente por Natan Ferreira. Este painel contará com a presença de Catarina Paraguaçu, licenciada em Filosofia pela UEFS, e da professora Cássia Maciel, pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da UFBA. Reflexão e Impacto Social. O evento não apenas oferece uma plataforma de diálogo, mas também fortalece a resistência e resiliência da juventude LGBT+ diante dos desafios sociais e institucionais. A participação em eventos como este é fundamental para a promoção de um ambiente mais inclusivo e para a formação de uma sociedade que respeite e valorize a diversidade. Certificação e Reconhecimento. Ao final de cada dia, os participantes receberão certificados que reconhecem sua participação nos workshops e debates, simbolizando o compromisso com a causa LGBT+ e a construção de um futuro mais igualitário. A realização deste evento pelo Grupo Gay da Bahia, com o apoio de diversas instituições, reafirma a importância de manter viva a luta pelos direitos e pelo orgulho de ser jovem e LGBT+ no Brasil. O 21º Orgulho LGBT+ Bahia do Shopping da Bahia, Instituto Iris, Dow Química, Embasa, Prefeitura de Salvador e Governo da Bahia. Inscrições formulário
Festa Literária

Luiz Mott e Muricy mostram a tela com imagem do Mártir Tibira do Maranhão: 1º Mártir da Homofobia no Brasil, 1613 Prof. Dr. Luiz Mott, Titular de Antropologia da Ufba – Prof. Sérgio Muricy, Mestre em História, Ufba Seguindo a mesma sanha expansionista de Portugal e da Espanha, também a França tentou criar colônias próprias no Novo Mundo, primeiro a França Antártica, no Rio de Janeiro, nos meados do século XVI, em seguida no Maranhão, aí estabelecendo entre 1612-1615, a França Equinocial. Os franceses fundaram São Luís e firmaram tratado com os nativos Tupinambá, que se comprometeram em ser batizados, a seguir os ensinamentos dos missionários capuchinhos, a abandonarem a nudez e o canibalismo, tornando-se vassalos da realeza francesa. Dois importantes livros foram publicados então, de autoria de Frei Claude d’Abéville e Yves d’Évreux, ambos disponíveis na Biblioteca do Senado, descrevendo minuciosamente a nova conquista: a travessia do Oceano Atlantico, a natureza paradisíaca dos trópicos, seus rios e mares cheios de peixes, suas exuberantes florestas repletas de caça, plantas alimentícias, as diferentes tribos de nativos, seus costumes e cultura material. Os nativos eram chamados de selvagens e canibais. Foi logo nos primeiros contatos com as aldeias do interior que os missionários tiveram notícia da presença de um indígena “sodomita”, chamado de Tibira em língua tupi. Na visão teológica de então, a homossexualidade era considerada “o mais torpe, sujo e desonesto pecado, provocando a ira divina, que envia à terra terremotos, pestes, inundações e todo tipo de desgraças.” E para limpar a nova conquista desse abominável pecado, prenderam com correntes o infeliz Tibira, realizando um arremedo de julgamento em que os caciques das principais aldeias condenaram à morte o infeliz pecador. “Misericordiosos”, os frades ofereceram ao desafortunado sodomita a possibilidade de se tornar cristão minutos antes de sua execução. Logo em seguida, foi amarrado de pé na boca de um canhão, sendo estraçalhado com o estourar de um petardo. Como o bom ladrão crucificado ao lado de Cristo, diz o capuchinho que alma do Tibira foi conduzida diretamente para o Céu, já que o batismo lavou todos seus pecados. O livro Tibira do Maranhão: 1º Mártir da Homofobia no Brasil, 1613 resgata e reconstrói essa dramática história do índio Tibira do Maranhão: na primeira parte situamos a fundação da França Equinocial no panorama das grandes navegações e quais foram as motivações e interesses do Rei, dos empresários e aventureiros na conquista do Novo Mundo. Em seguida levamos o leitor ao conhecimento da Ilha do Maranhão, transcrevendo deliciosas passagens dos livros dos citados capuchinhos, onde descrevem a natureza, a flora, fauna, os costumes tribais e o cotidiano na nova colônia. A terceira parte é dedicada à minuciosa descrição do julgamento e execução do Índio Tibira, discorrendo sobre os motivos que levaram os religiosos franceses a essa cruel execução. Tal livro fruto é de rigorosa pesquisa histórica, baseado em sólida bibliografia nacional e internacional, porém escrito em linguagem acessível já que seu objetivo é ir além dos muros acadêmicos e ser lido também por público pré-universitário, pela população em geral e militantes dos direitos humanos, indígenas e comunidade LGBT. Completamente desconhecido até dez anos passados, quando graças a nossa pioneira iniciativa, o Governo do Maranhão edificou um monumento comemorativo no exato local onde Tibira foi executado, na orla de São Luís. Em dezembro de 2023 esse primeiro mártir da homofobia no Brasil foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, iniciativa das deputadas federais Célia Xakriabá e Erika Hilton. Razão mais que suficiente para que sua biografia seja publicada e seu heroísmo festejado.